Robert queria ter cães no seu 100.º aniversário. Centenas fizeram fila para receber festinhas

Robert Moore fez 100 anos a 14 de Junho. Para a festa, os filhos decidiram convidar todos os cães da cidade de San Jose e mais de 200 apareceram, à espera dos mimos do aniversariante.

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Robert queria ter cães no seu 100.º aniversário. Centenas fizeram fila para receberem festinhas Caroline Moore
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Quando Alison Moore começou a pensar em ideias para comemorar os 100 anos do pai, havia algo que não podia faltar na festa: cães. E o maior número possível.

"Ele adora cães", explica Alison, de 60 anos. O pai, Robert Moore, completou 100 anos no dia 14 de Junho. "Ele quer fazer festas a todos os cães que vê. Tem sido assim a vida inteira", acrescenta a filha.

Além de um grande jantar de família no dia de anos, Alison e os dois irmãos quiseram fazer algo mais para assinalar este marco. Infelizmente, "muitos dos melhores amigos dele já não estão entre nós", adianta a filha. Por isso, decidiu que os cães teriam de estar.

Seis dias antes da festa, Alison publicou uma mensagem no site Nextdoor, uma aplicação criada para vizinhos, e no Facebook, a explicar a ideia e pedindo que os cães da cidade de San Jose, no estado norte-americano da Califórnia, aparecessem para um desfile de animais de companhia no dia 17 de Junho. Aos poucos, as pessoas começaram a partilhar a publicação noutros grupos locais das redes sociais.

"Vivemos numa pequena comunidade simpática e pensei que poderia convidar alguns dos meus vizinhos e amigos", explica Alison, acrescentando que planeava que o pai se sentasse à porta de casa com uma faixa e tivesse um pequeno grupo de cães para admirar e fazer festinhas. Além disto, seriam servidas guloseimas para humanos e para cães.

Uma vez que as mensagens ganharam alguma força, esperava também que aparecessem 20 ou 30 cães. Ficou estupefacta quando, às 11h, pouco tempo depois do início do desfile, se deparou com mais de 200 que esperavam pacientemente pela sua vez de serem acarinhados por Robert. "Fiquei surpreendida", afirma a filha, explicando que algumas pessoas conduziram mais de 16 quilómetros para estarem presentes.

O pai, que foi orientador de estudos de Ciências e Artes Aplicadas na Universidade Estatal de San José durante 25 anos, ficou profundamente sensibilizado com a afluência de pessoas. "Ele estava tão emocionado. Foi tão querido, falou com as crianças, acariciou todos os cães e dizia os nomes deles. Foi muito divertido."

Apesar de a festa ter como objectivo alegrar Robert, acabou também por ser um dia maravilhoso para quem participou, incluindo Rodger "O'B" O'Brien, de 88 anos, que sofre da doença de Alzheimer. A filha, Denise O'Brien, levou-o para a festa na sua cadeira de rodas geriátrica, juntamente com o cão Lucky.

"Foi a coisa mais bonita [de sempre]", recorda Denise que tem uma empresa de cuidados para cães, a Silicon Valley Watch Dogs, e viu a publicação de Alison Moore no Nextdoor. "Há muito tempo que não via o meu pai sorrir durante 90 minutos seguidos", revela.

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Robert Moore com a neta Emma Alison Moore
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Ryder, o cão dos vizinhos, também foi à festa Debby Yackonelli

Denise explica que o pai sofre de Alzheimer há cinco anos e que só se lembra do nome da mulher e do cão. Com orgulho, Rodger apresentou Lucky a toda a gente no desfile. "Fomos os primeiros a chegar e os últimos a sair. Isto fez não só o dia do meu pai, mas o resto do ano também", destaca.

Debby Yackonelli, que vive do outro lado da rua, reparou, com admiração, no grupo de animais de companhia — que incluía cães de todos os tamanhos e outros com deficiência — a crescer. Decidiu, juntamente com o marido, levar o cão Ryder, uma mistura de pastor australiano e alemão de quatro anos, até Robert.

"Ele usou um lenço ao pescoço, como se fosse um smoking, e nós fizemos um pequeno cartaz a desejar feliz aniversário e colocámo-lo nele", conta a dona. "Acho que o Ryder pensou que a festa era para ele", completa.

Debby e o marido ficaram espantados com a multidão de cães que esperava na fila. Segundo o casal, para grande surpresa, os animais portaram-se todos bem e não houve brigas. "Foi muito bonito ver a vizinhança e a comunidade a sair para homenagear o pai da Alison. Foi realmente uma coisa incrível de se ver."

Caroline Moore, neta de Robert, também veio de Nova Iorque para a celebrar o aniversário do avô. "Ninguém conseguia parar de sorrir", recorda a jovem de 24 anos, que filmou partes da festa para partilhar no TikTok.

@twobuttonsdeep_

Over 200 dogs surprised a lifelong dog lover for his 100th birthday. His daughter posted to Nextdoor asking people to bring their dogs to wish him a happy birthday, and he pet every single one of them ?? ?? ??: Alison Moore

? original sound - twobuttonsdeep

"Não estávamos a acreditar. Apareceram tantas pessoas que não conhecíamos. E não só apareceram, como fizeram cartões e cartazes e trouxeram-lhe bolinhos. Foi a coisa mais comovente de sempre.”

Segundo Caroline, Robert passou as quase duas horas do cortejo canino com um sorriso "de orelha a orelha", enquanto fazia festas a todos os cães que apareciam. O aniversariante também adora carros clássicos, pelo que vários vizinhos trouxeram os seus — alguns com os seus cães atrás.

Contudo, o ponto alto foi o desfile dos animais, momento emocionante para toda a família Moore. "Somos uma família que adora cães", explica Caroline, acrescentando que Benny, o labrador amarelo que, entretanto, morreu, "era o neto preferido do avô".

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Além de cães, algumas pessoas também trouxeram carros clássicos para a festa Caroline Moore

Já há vários anos que Robert não tem um animal, e, por isso, conta com a família alargada para garantir que recebe a sua dose de cães. Quando os filhos e netos o visitam na sua comunidade criada para idosos, ou trazem os seus próprios cães ou, para apimentar as coisas, levam o de um amigo. "Sempre que alguém o visita e não traz um cão nota-se que ele fica desiludido", adianta a neta.

Robert diz que tem sempre o prazer de conhecer um novo amigo peludo, mas destaca que a oportunidade de acariciar dezenas de cães num só dia foi um sonho tornado realidade. "Foi um desfile de aniversário especial por causa da quantidade de cães e de todas as diferentes raças", afirma.

Segundo a filha, o amor é mútuo: "Os cães sabem que ele gosta deles", defende Alison, para acrescentar que os animais que participaram no desfile foram generosos com beijos e o abanar da cauda. A família Moore também agradece à comunidade por ter tornado o aniversário do patriarca tão memorável.

"Não é fácil ter 100 anos", salienta, explicando que a vida do pai se pode tornar solitária. "Ele sente falta da mulher, dos irmãos, é difícil andar por aí.”

Por tudo isto, Alison não conseguiu evitar chorar quando pessoas que não conheciam a família apareceram com cartões, flores e lembranças. "Desconhecidos fizeram isto pelo meu pai. Foi tão querido. O meu querido pai merece-o", conclui.

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