Prova de Matemática de 9.º ano foi “equilibrada” e “bem estruturada”

Professores de Matemática entendem que a “prova está de acordo com o que vem sendo habitual para uma prova final do 3.º ciclo”. Exame não tinha erros científicos nem incongruências.

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Complexidade do exame foi ligeiramente superior à de anos anteriores Nelson Garrido
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Os alunos do 9.º ano de escolaridade voltaram a fazer a prova final de Matemática nos moldes em que era conhecida antes da pandemia de covid-19. As notas destes exames voltam a ter efeitos nas classificações finais da disciplina. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), os testes que se realizaram nesta sexta-feira tinham uma estrutura "semelhante à da prova de aferição do ano passado". Para a Associação de Professores de Matemática (APM), as questões estão "em conformidade com os documentos curriculares em vigor".

A vice-presidente da SPM, Isabel Hormigo, refere, em resposta escrita enviada ao PÚBLICO, que a prova foi "equilibrada, bem estruturada e faz uma boa cobertura dos conteúdos e dos domínios de avaliação no final do 3.º ciclo do ensino básico". E houve espaço para "questões de todos os níveis de complexidade", o que entende como um ponto positivo. Além disso, a prova não tem erros científicos, "nem se identificam incongruências". Por outro lado, o nível de complexidade do teste, apesar de "adequado", é "ligeiramente superior ao dos anos anteriores".

O presidente da APM, Joaquim Pinto, destaca também, em resposta escrita ao PÚBLICO, que as perguntas "abrangem uma grande diversidade de conteúdos, com um grau de dificuldade variado" e recorda que a "prova está de acordo com o que vem sendo habitual para uma prova final do 3.º ciclo".

Um dos pontos negativos que refere tem que ver com a publicação tardia da informação referente às questões de respostas obrigatórias e as opcionais. "A informação sobre os itens obrigatórios para classificação e os itens em que só quatro dos seis [itens] contribuem para a classificação final [os opcionais] foi publicada a 19 de Maio, não sendo por isso na nossa opinião publicada em tempo útil", sublinha.

Já a SPM aponta três grandes diferenças do exame de Matemática deste ano em relação a anos anteriores. São elas o facto de os alunos terem tido a possibilidade de utilizar a calculadora durante todo o período de aplicação dos exames; "a segunda é a de que existem perguntas obrigatórias e perguntas de opção"; e, por fim, a introdução de mais do que uma questão de grau de dificuldade superior.

Como possíveis impactos trazidos pela introdução destas mudanças, entende a também professora que haverá "efeito nas classificações e por isso na recolha de informação sobre os conhecimentos dos alunos". "E, naturalmente, no retrato a nível nacional da aprendizagem realizada durante o 3.º ciclo, que deverá permitir detectar o que há a corrigir em futuras análises dos resultados obtidos."

Por outro lado, Isabel Hormigo recorda que os alunos que nesta sexta-feira prestaram provas pertencem à "segunda geração de alunos" que estiveram sujeitos a título experimental ao projecto de Autonomia e Flexibilidade Curricular, que tem na base dar às escolas a possibilidade de organizarem o currículo e o modo como ensinam em função das suas características e do meio em que se inserem.

Por isso, "as escolas a que pertenciam, mesmo não se contando com um período de pandemia, já não eram obrigadas a cumprir os programas das disciplinas, sendo por isso desconhecido, até este momento, o ensino que lhes foi ministrado", alerta.

E propõe que se faça um diagnóstico ao trabalho que terá, efectivamente, sido realizado com os alunos do 3.º ciclo do ensino básico, "como forma de se vir a corrigir nos anos seguintes todas as deficiências que não deixarão de transparecer".

Na segunda-feira, para os alunos do 3.º ciclo que prestam provas, será a vez do exame de Português Língua Não Materna e a 23, sexta-feira, do de Português, também às 9h30, em ambos os casos. Os resultados dos exames serão conhecidos a 11 de Julho.

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