Suspeito de ataque em Nottingham pode ter nacionalidade portuguesa. Está acusado de três crimes

Imprensa britânica avança que homem detido como suspeito do ataque de terça-feira é originário da Guiné-Bissau e terá nacionalidade portuguesa. MNE em contacto com autoridades britânicas.

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Agentes da polícia forense britânica conduzem buscas em Nottingham, na última terça-feira EPA/LINDSEY PARNABY

Um homem de 31 anos foi acusado esta sexta-feira de três crimes de homicídio na sequência dos ataques ocorridos em Nottingham na terça-feira, anunciou a polícia da cidade.

O homem também é alvo de três acusações de tentativa de homicídio, devendo comparecer no Tribunal de Nottingham no sábado.

A força policial não adiantou mais informação, nomeadamente sobre a nacionalidade, que a imprensa europeia avançou como sendo portuguesa.

De acordo com o Daily Telegraph, os pais, originários da Guiné-Bissau, trabalharam na ilha da Madeira e obtiveram a nacionalidade portuguesa.

O casal ter-se-á mudado mais tarde para o Reino Unido com os três filhos e o suspeito terá o estatuto de residente enquanto cidadão europeu.

As acusações hoje formalizadas estão relacionadas com a morte dos estudantes da Universidade de Nottingham Barnaby Philip John Webber e Grace Sashi O"Malley-Kumar, ambos de 19 anos, e Ian Robert Coates, de 65 anos, todos esfaqueados na madrugada de terça-feira em Nottingham.

As três acusações de tentativa de homicídio dizem respeito a outras três pessoas vítimas de atropelamento, uma das quais continua hospitalizada em estado grave.

A chefe de Polícia de Nottinghamshire, Kate Meynell, afirmou que as acusações "são um desenvolvimento significativo e resultam da nossa investigação exaustiva destes incidentes horríveis" na cidade inglesa, a cerca de 200 quilómetros a norte de Londres.

"Estamos bem cientes da profunda emoção que está a ser sentida em torno destes trágicos acontecimentos e do elevado nível de interesse, não só em Nottingham e Nottinghamshire, mas também em todo o país", referiu, em comunicado.

No entanto, alertou que a "publicação de informações prejudiciais na Internet sobre um processo em curso pode constituir desrespeito pelo tribunal e, nos casos mais graves, pode resultar no fracasso de um julgamento".

Hoje, em declarações aos jornalistas, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, afirmou estar em contacto com as autoridades britânicas.

"Descobrimos recentemente, esta manhã, que aparentemente o suspeito tem nacionalidade portuguesa. Estamos a investigar o assunto, mas estaremos em estreito contacto com as autoridades britânicas a este respeito", sublinhou.