John Romita, co-criador da namorada ruiva do Homem-Aranha, morreu aos 93 anos

Artista e director de arte da Marvel, John Romita ajudou a criar o universo dos super-heróis da BD norte-americana. Foi ele que desenhou a capa em que o Homem-Aranha casou com Mary Jane Watson.

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John Romita Sr. em Nova Iorque, 2010 Marc Stamas

John Romita, o artista norte-americano que deu corpo a personagens da Marvel como o Homem-Aranha, morreu aos 93 anos. "Digo-o com o coração apertado, o meu pai morreu pacificamente durante o sono", confirmou John Romita Jr., também artista gráfico, numa publicação no Twitter na terça-feira à noite. "O meu pai é uma lenda no mundo da arte e seria uma honra seguir os seus passos. Por respeito à minha família, transmitam as vossas condolências e comentários por aqui. Ele foi o maior homem que conheci."

Foi em 1966 que John Romita Sr. começou a desenhar para a Marvel O Fantástico Homem-Aranha, quando foi convidado a substituir o artista Steve Ditko e iniciou uma colaboração com o lendário Stan Lee, desaparecido em 2018. O trabalho como desenhador na banda desenhada do Homem-Aranha, numa missão que duraria cinco anos, viu a série transformar-se no maior sucesso da Marvel, ultrapassando o Quarteto Fantástico.

Mas um dos seus primeiros trabalhos no mundo das artes gráficas foi como ilustrador na agência de publicidade BBD&O, depois de uma formação na School of Industrial Art, em Manhattan (Nova Iorque), de onde saiu em 1947 com 17 anos. Aos 19 anos, este filho de imigrantes italianos nascido em Brooklyn já era publicado na Eastern Colors (Famous Funnies).

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Assinou a capa do Homem-Aranha em 1987, em que Peter Parker e Mary Jane finalmente se casam

Durante 15 anos, conta a revista Hollywood Reporter, dividiu os seus dotes entre as empresas que dariam origem às duas grandes marcas rivais da BD americana — a Timely Comics (Marvel) e a National Comics (DC) —, construindo a sua reputação no universo dos comics, nomeadamente através de personagens como o Demolidor.

Mas foi a sua relação com Stan Lee, criador de vários super-heróis da Marvel e editor da empresa, que o lançou no universo do Homem-Aranha, período em que foram introduzidas e estabilizadas personagens importantes como a ruiva Mary Jane Watson, a paixão do alter-ego do Homem-Aranha (Peter Parker), ou o Rei do Crime. Foi no nº. 42 de O Fantástico Homem-Aranha, de Janeiro de 1967, que Peter Parker e Mary Jane se conhecem pela primeira vez — uma cena icónica do universo da Marvel —, apresentados pela tia de Mary. O lápis e a coloração, como se costuma dizer na linguagem dos comics, são de Romita. Foi também através da sua mão que a cidade de Nova Iorque se tornou, de certa maneira, também uma personagem.

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Foi através da mão de John Romita que a cidade de Nova Iorque se tornou também uma personagem DR

No início dos anos 70, Romita tornou-se o director de arte da Marvel, cargo que ocupou durante duas décadas, criando um programa de formação que ficou conhecido na história da profissão como Romita's Raiders. Ao mesmo tempo, continuava o seu trabalho criativo, assinando a capa do Homem-Aranha em 1987 em que Peter Parker e Mary Jane finalmente se casam. Ajudou também a criar personagens como o Justiceiro ou Wolverine.

John Romita deixou a Marvel em 1996, mas nunca se reformou verdadeiramente, continuando a trabalhar em projectos do Homem-Aranha para a empresa. Numa colaboração com o filho, chegou mesmo a desenvolver um trabalho para a rival DC à volta do Super-Homem.

Romita casou-se em 1952 com Virginia Hopkins, com quem teve dois filhos — Victor, além de John. E o primogénito, honrando a tradição da família, já desenhava para a Marvel aos 13 anos.

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