Relógios do Palácio de Mafra precisam de donativos para serem reparados

Campanha lançada em Março já permitiu angariar 200 euros, dos 750 que serão necessários para recuperar um dos três exemplares que não estão a funcionar.

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Além dos três relógios de caixa alta que necessitam de reparação, o Palácio Nacional de Mafra tem também um par de relógios distribuídos pelas suas torres sineiras Daniel Rocha
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Os relógios de caixa alta do Palácio Nacional de Mafra não funcionam e precisam de ser reparados, estando a decorrer uma campanha de angariação de donativos lançada pela Associação dos Amigos do Convento de Mafra.

"A campanha insere-se no objectivo de ajudar a recuperar o património do palácio e queremos avançar com a recuperação dos três relógios, que são importantes, porque são do século XVIII", afirmou o presidente da associação, Rogério Bueno de Matos.

A campanha, a decorrer desde Março e até Outubro, visa angariar verbas para a reparação de apenas um dos relógios, cujo custo ronda os 750 euros. Até ao momento estão angariados cerca de 200 euros.

"É um relógio importante, porque é um raro sobrevivente do século XVIII, [quando] tivemos o terramoto", disse o director do palácio, Sérgio Gorjão.

"Nenhum está em funcionamento e dada a sua importância histórica faz sentido a sua recuperação tão rápida quanto possível", justificou.

Os três relógios de caixa alta, com 3,70 metros de altura, foram fabricados em 1730 pelo inglês William Trippett e adquiridos pelo rei D. João V, que mandou construir o palácio.

As três peças integram o espólio do palácio, tendo um deles sido colocado na sacristia da basílica e dois no convento (um no refeitório e outro na portaria conventual).

Ao todo, o Palácio Nacional de Mafra possui sete relógios. Além dos três relógios de caixa alta, existem dois relógios em cada uma das torres sineiras, um mecanismo mais pequeno de acerto das horas dos das torres e um outro relógio de sol, no terraço do monumento.

Datado do século XVIII, o Palácio Nacional de Mafra, mandado construir por D. João V, com a riqueza resultante do ouro vindo do Brasil, é um dos mais importantes monumentos representativos do barroco em Portugal.

O palácio possui importantes colecções de escultura italiana, de pintura italiana e portuguesa, uma biblioteca única, bem como dois carrilhões, seis órgãos históricos e um hospital do século XVIII.

Os seis órgãos históricos, a biblioteca e o maior conjunto sineiro do mundo composto por dois carrilhões e 119 sinos, repartidos por sinos das horas, da liturgia e dos carrilhões, assim como as colecções de escultura italiana, de pintura italiana e portuguesa constituem o património mais importante.

O monumento foi classificado em 2019 como Património Cultural Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).