Festival de cinema vai mostrar arquitecturas “onde a vida acontece”

Décima edição do Arquitecturas Film Festival decorrerá no Porto de 27 de Junho a 1 de Julho.

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De Volta à Cidade, de Sara Nunes DR
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A Morte de Uma Cidade, de João Rosas DR
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Where We Grow Older, de Giovanna Borasi e Daniel Schwartz Centro Canadiano de Arquitectura
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Já sabíamos que o Centro Canadiano de Arquitectura (CCA), com sede em Montréal, será a instituição em foco no Arquitecturas Film Festival, que desde o ano passado se realiza no Porto e cuja décima edição vai decorrer entre 27 de Junho e 1 de Julho, sob o mote Onde a vida acontece. Sabemos agora que a delegação do CCA, liderada pela sua directora, a italiana Giovanna Borasi, vai trazer ao Porto um programa que inclui, a abrir o festival, a estreia mundial do seu documentário Where We Grow Older (2023), mas também uma série de filmes raros do arquivo da instituição e uma instalação que será pretexto para conversas temáticas à hora do almoço.

O décimo Arquitecturas Film Festival, dirigido por Paulo Moreira, vai distribuir-se entre o Cinema Batalha, a Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto e o Instituto (um atelier e centro cultural fundado por aquele arquitecto na Baixa portuense), tendo ainda extensões à livraria Circo de Ideias, ao Mercado do Bolhão e aos Albergues do Porto.

A secção competitiva vai contar com 19 filmes de 16 países, dos 183 títulos recebidos pelo festival, seleccionados por um júri coordenado por Sofia Mourato, que foi directora do evento na sua primeira existência em Lisboa. “Este ano, teremos uma selecção ligeiramente mais reduzida do que a do ano passado para nos permitir promover passeios e visitas guiadas a sítios e edifícios onde a vida acontece”, diz ao PÚBLICO Paulo Moreira, justificando o tema do festival.

A outra estreia mundial do programa será o documentário De Volta à Cidade (2023), de Sara Nunes, registo da obra de restauro e remodelação do Bolhão, ouvindo também os seus trabalhadores e utentes. A exibição deste filme, marcada para dia 28, servirá de pretexto para visitas guiadas e conversas com a presença de Nuno Valentim, o arquitecto da renovação do histórico mercado portuense e também dos Albergues do Porto (2011-16).

Paulo Moreira destaca ainda, a fechar o festival, a exibição do documentário A Morte de Uma Cidade (2022), que João Rosas rodou em volta da demolição e reconstrução de um prédio no Bairro Alto, em Lisboa, e que foi estreado no último Doclisboa. “É um filme que mostra as obras na zona do Chiado através do testemunho dos operários, que vivem na periferia da cidade, numa abordagem que raramente se vê quando se fala de arquitectura, onde normalmente se apresenta a obra acabada”, nota o director.

A produção canadiana Where We Grow Older, que Giovanna Borasi realizou em parceria com Daniel Schwartz, documenta a vida em lares da terceira idade em Barcelona e na cidade americana de Baltimore. E completa uma trilogia formada pelos filmes What It Takes to Make a Home e When We Live Alone (ambos de 2020). Os dois autores participarão numa conversa, no Batalha, após a estreia daquele documentário.

Mas o programa dedicado ao CCA inclui também, nos dias 28 e 29, a revelação de algumas “pérolas” documentais que a instituição alberga nos seus arquivos, sobre obras de arquitectos como os prestigiados norte-americanos Peter Eisenman (Film for House IV, 1973) e Gordon Matta-Clark (Conical Intersect, 1975).

No atelier Instituto, o centro canadiano apresentará uma instalação com outra selecção de filmes documentais, que servirá para que um conjunto de convidados, à hora do almoço, possa responder à questão: Que papel pode ter o filme como ferramenta curatorial? – esta instalação irá ficar aberta ao público interessado até ao dia 27 de Julho.

Na secção competitiva – cujos filmes serão exibidos na Casa Comum –, vão ser atribuídos prémios de Melhor documentário, Melhor filme experimental, Melhor ficção e ainda Consciência social, além do Prémio do público. O júri de premiação será composto pelos arquitectos Didier Fiúza Faustino e Francisco Lobo, pela cineasta Sara Nunes, pela investigadora Cristina Monteiro e pelo designer Nuno Coelho.

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