Cristo Redentor a segurar a Lua nos braços. O “clique perfeito” que se tornou viral

Desde 2021 que o brasileiro Leonardo Sens ia a uma praia do Rio de Janeiro em busca desta imagem: a Lua pousada nos braços do Cristo Redentor e depois a deslizar pelo morro. Encontrou-a no domingo.

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Pormenor da fotografia, imagem captada a 11km do Corcovado, onde fica o Cristo Redentor. No Insta, Leonardo tem mais fotos do momento Leonardo Sens
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Leonardo Sens chegou à praia de Icaraí, na cidade brasileira de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, poucos minutos depois das 6h no sábado passado. Não queria ver o nascer do Sol: estava ali para observar o pôr da Lua. Desde 2021 que, nesta altura do ano, o fotógrafo de 39 anos acorria às praias de Niterói às primeiras horas da manhã, na transição entre o Outono e o Inverno do hemisfério Sul, em busca de uma fotografia: a estátua do Cristo Redentor, a 11 quilómetros dali, a segurar nos braços de betão e esteatite o satélite natural da Terra em fase de Lua Cheia.

Naquele dia, a meteorologia frustrou os planos de Leonardo Sens. Tinha sido sempre assim nos últimos três anos: mesmo quando os astros ajudavam, a meteorologia teimava em atrapalhar os planos do artista. Por isso, no dia seguinte, às 6h10, quando Leonardo Sens voltou ao areal da praia com um tripé, uma Nikon D810​ e uma objectiva de 600 mm (com elevada ampliação), sabia que o azar se podia repetir. Mas, ao contrário das perspectivas mais pessimistas, o tempo deu tréguas a Leonardo, que eternizou finalmente o momento em que a Lua parece aterrar nos braços do Cristo Redentor, caindo pelas suas costas e deslizando pelo morro em direcção ao mar.

“Por volta das 6h20, posicionei-me num local ideal na areia. Quando os dois, Cristo e Lua, se aproximaram, comecei a movimentar-me para os lados até conseguir o clique perfeito. Foi uma verdadeira correria”, descreveu o fotógrafo de 39 anos ao jornal brasileiro ACG News. O clique perfeito aconteceu às 6h28 de domingo e, desde que chegou às redes sociais, logo no dia 5 de Junho, já conquistou mais de 200 mil reacções no Instagram e quase 6500 comentários. “No fim, deu tudo certo e consegui registar a foto tão aguardada”, acrescentou ele ao G1, outro jornal brasileiro.

Leonardo Sens explicou que monitorizava o alinhamento da Lua e da estátua do Cristo Redentor através de uma aplicação no telemóvel: “Já sabia da época do ano que a Lua se alinhava com o Cristo e, com ajuda de aplicações, informei-me dos horários e a data certa.” Estes programas calculam os alinhamentos com base em dados como o azimute, uma medida angular que indica o posicionamento dos astros na esfera celeste, e as coordenadas em terra do Corcovado. Conhecendo o movimento da Terra e da Lua, é possível calcular o posicionamento de ambos ao longo do tempo.

Esta não é a primeira vez que uma fotografia de um brasileiro mostra a interacção do Cristo Redentor com fenómenos celestes. Em Fevereiro, Fernando Braga captou o momento em que um raio atingiu o topo da estátua, causando alguns danos leves ao sistema de iluminação do monumento — que é, recorde-se, uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno. A falha de luz foi um dos motivos pela qual a foto, conhecido agora como Raio Divino, sequer existe: “As configurações que estava a usar e a junção da iluminação do raio com a do Cristo teriam causado uma explosão de luz, fazendo com que o monumento não ficasse tão detalhado”, explicou o artista à época.

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