Os concelhos de Machico e Santa Cruz, na Madeira, onde na segunda-feira houve alguns deslizamentos de terra devido ao mau tempo, voltaram durante a noite a ter ocorrências semelhantes, mas sem gravidade, segundo os bombeiros locais.
A agência Lusa tentou, sem sucesso, o contacto entre as 6h e as 7h com o Serviço Regional de Protecção Civil da Madeira para fazer um ponto de situação sobre os eventuais efeitos durante a madrugada devido ao aviso vermelho de mau tempo emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). De acordo com um balanço feito pouco depois da meia-noite, foram registadas 23 ocorrências decorrentes do mau tempo, que mobilizaram 24 meios e 65 operacionais.
Pelas 10h desta terça-feira, o Serviço Regional da Protecção Civil emitiu uma nota de imprensa informando que "até ao momento foram registadas 71 ocorrências decorrentes da depressão Óscar, mobilizando 72 meios e 178 operacionais". O comunicado acrescentava ainda que "o maior número de ocorrências registou-se no Funchal, Santa Cruz e Machico" e sublinhava que o aviso meteorológico se mantém até as 15h.
Contactados pela Lusa, os Bombeiros Municipais de Machico e a Companhia de Bombeiros Sapadores de Santa Cruz adiantaram que, durante a noite, foram registadas pequenas inundações, derrocadas e quedas de árvores, sem gravidade. Há ainda vários troços de estradas regionais cortados ou condicionados e alguns voos de e para o aeroporto da ilha foram cancelados.
Na segunda-feira, a Câmara Municipal de Machico, no extremo leste da Madeira, indicou que foram registadas várias ocorrências relacionadas com pequenas derrocadas que provocaram o encerramento parcial das estradas, transbordo de ribeiros e ligeiras inundações, mas sem registo de situações de gravidade.
Em Santa Cruz, também na zona leste, o serviço municipal de protecção civil registou na segunda-feira à noite 19 ocorrências, ao passo que o município de Câmara de Lobos, contíguo ao Funchal a oeste, reportou como ocorrência mais significativa uma derrocada na Fajã das Galinhas, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, que tornou intransitável a estrada de acesso à localidade.
Transportes afectados, voos cancelados, escolas encerradas
Por causa do mau tempo, a empresa de transportes públicos Horários do Funchal emitiu um comunicado na segunda-feira no qual admite “constrangimentos nos transportes”.
Já a Empresa de Electricidade da Madeira informou que estarão encerrados todos os balcões de atendimento ao público, incluindo na sede, mas o Serviço de Apoio ao Cliente funcionará normalmente através da respectiva linha telefónica.
Também oito voos de e para o aeroporto da Madeira foram cancelados, esta terça-feira, devido ao mau tempo. De acordo com informação disponível às 07h30 na página da Internet da ANA - Aeroportos de Portugal, nas partidas foram cancelados cinco voos da Azores Airlines, TAP, Swiss International e Ryanair (dois) e, nas chegadas, três da Ryanair e Swiss International.
A ANA - Aeroportos de Portugal indicou na segunda-feira que o aeroporto da Madeira activou o plano de contingência face ao mau tempo na região. Na segunda-feira foram cancelados 28 voos e ouros 12 divergiram.
Segundo uma nota divulgada pela ANA, as unidades de restauração vão funcionar fora do horário normal, o mesmo acontecendo com os balcões de atendimento das companhias aéreas e diferentes empresas. Também foi activada a plataforma InMadeira para tentar garantir alojamento e a empresa está igualmente a trabalhar com diversos parceiros para garantir assistência de enfermagem.
Por outro lado, o Governo da Madeira decidiu suspender a actividade lectiva em todas as escolas e em todos níveis de ensino na ilha da Madeira no dia de hoje, retomando a actividade normal na quarta-feira (7 de Junho). A Universidade da Madeira também determinou o encerramento de todos os serviços para esta terça-feira.
A costa sul e as regiões montanhosas da ilha estão sob aviso vermelho desde as 15h de segunda-feira devido à previsão de chuva forte e persistente por causa da passagem da depressão Óscar.
O aviso vermelho, o mais grave de uma escala de três, foi emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e está em vigor até às 15h de terça-feira, sendo que o período mais crítico deverá ocorrer entre as 6h e as 9h. Os vários executivos municipais da zona sul da ilha reforçaram os meios para actuar em caso de necessidade.
Notícia actualizada com dados do comunicado emitido esta manhã pelo Serviço Regional de Protecção Civil.
