A Amadora está mais perto de voltar a ter futebol de primeira

Nada está perdido para o Marítimo no play-off, mas, defendendo na Madeira como defendeu na Amadora durante 88 minutos, o Estrela estará, por certo, na I Liga 2023/24.

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Perto da Amadora, seja em pontes pedonais da IC19 ou em paredes no centro da cidade, respirou-se Estrela na última semana. Num jogo muito aguardado, a equipa não desiludiu. O Estrela venceu neste sábado o Marítimo, por 2-1, no play-off da I Liga – eliminatória de subida para o Estrela, eliminatória de permanência para o Marítimo.

A equipa da Amadora leva para a segunda mão, no Funchal, um resultado curto, mas que prova que é ténue, ou mesmo inexistente, a diferença de predicados entre os piores da primeira divisão e os melhores da segunda. E o Estrela foi, durante toda a temporada, dos melhores da segunda.

No velhinho Estádio José Gomes, na Reboleira, o Estrela, que chegou a este ponto com uma história de fusão, entrou praticamente a vencer, com um golo logo aos 3’, de bola parada. Um livre foi colocado na área e Régis apareceu sozinho, à frente do guarda-redes, com a bola a pedir uma finalização simples. Não saberá bem como é que a bola lá foi parar, mas estava no sítio certo.

E o jogo manteve-se nesta lógica. Aos 6’, o Estrela esteve perto do golo novamente de bola parada, aos 21’, foi Vidigal a rematar ao poste outra vez de bola parada e aos 24’, para não destoar, o Estrela teve o 2-0 anulado a Mansur mais uma vez numa bola parada colocada na área.

Era assim que se criava perigo, e nunca de bola corrida, até porque Sérgio Vieira levou para este jogo um 3x4x3 que se transformou muitas vezes num 5x4x1, sobretudo no momento sem bola. Era uma autêntica “teia” na qual era difícil entrar.

Os três atacantes do Estrela conseguiam, sozinhos, controlar a construção dos quatro defensores do Marítimo e os insulares nunca se prestavam a subir pelo menos um dos laterais – isso obrigaria os avançados-interiores do Estrela a terem de coordenar – ou descoordenar – as coberturas com os seus laterais/alas, que até então estavam a jogar de cadeirinha.

Outra opção – e foi essa a escolhida – era baixar mais um criativo que desse opções à primeira fase de construção. José Gomes fez baixar Xadas e o Marítimo começou a ligar mais o jogo. E só precisou de dois minutos, já que uma bola longa do médio acabou por dar um lance de perigo mal finalizado por Vidigal.

Na segunda parte houve um jogo mais partido, não por especial audácia do Estrela, mas porque o Marítimo estava a cometer vários erros técnicos na zona média. Houve duas oportunidades do Estrela em cinco minutos e a equipa da Madeira, que parecia ter “atinado” com esses sustos, voltou a errar aos 58’, deixando Ronald na cara do golo – salvou Carné – e aos 59’, com Ronald na cara do golo – voltou a salvar Carné. Os mesmos protagonistas, o mesmo desfecho.

Estava a ser confrangedora a forma como o Marítimo perdia bolas na zona média, ou mesmo em zona baixa, e o Estrela só não tinha a I Liga praticamente garantida porque o guarda-redes do Marítimo acordou com ideias diferentes dessa.

Aquilo que estava a ser um jogo divertido de ver era, do ponto de vista dos adeptos do Marítimo, um risco desmedido numa eliminatória a duas mãos – e com um jogo em casa por disputar.

O passar dos minutos deu ao jogo um perfil menos aberto, com o Estrela a agarrar-se mais à vantagem, baixando o bloco. Mas a tese era apenas ilusão.

Aos 80’, o Estrela chegou-se à frente e tinha seis jogadores em zona ofensiva – três na área, três perto dela. Em superioridade numérica, a bola acabou por ir do lado esquerdo ao direito, para uma finalização de Jean Filipe, vindo de trás.

Aos 88', na única falha defensiva do Estrela, um cruzamento de Riascos ao segundo poste foi parar aos pés de Winck, que finalizou com sucesso.

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