Marcelo pede à banca “um esforçozinho” para pagar melhor os depósitos
“Os portugueses acham que aquilo que a banca está a pagar é pouco e procuram nos certificados de aforro uma compensação”, defendeu o Presidente da República.
O Presidente da República pediu este sábado, em Santarém, um “esforçozinho” aos bancos para “tornar mais atraente” o pagamento dos depósitos aos portugueses.
Falando aos jornalistas, durante a visita que se segue à inauguração da Feira Nacional da Agricultura, Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou para “voltar a apelar à banca”, tendo em conta a procura dos certificados de aforro, sinal de que “os portugueses acham que aquilo que a banca está a pagar é pouco e procuram nos certificados de aforro uma compensação”.
“A banca não pode esperar, sem meditar sobre a matéria, que tenha sempre uma situação que é que, quando começa a aparecer uma utilização alternativa em relação aos depósitos, que os portugueses consideram que são mal pagos, que é continuar a coisa na mesma, porque essas soluções alternativas não vão ser mais usadas”.
“Não pode, tem que fazer no mínimo um esforçozinho para perceber quando as pessoas apostam em taxas de juros de 3 virgula tal é porque recebem na banca um terço e que a situação não é indefinidamente deixar ou suspender ou adiar ou deixar de recorrer a esses meios alternativos de poupança, de aforro, só porque a banca entende que deve, não só recuperar o passado, como precaver-se para o futuro”, declarou.
Referindo-se à decisão de suspensão da emissão dos certificados de aforro com juros de 3,5%, para lançamento de “um novo tipo de certificado de aforro virado para o médio prazo, com remunerações que vão aumentando ao longo do tempo”, o Presidente afirmou que esta é uma situação que o preocupa, reiterando o apelo que já havia feito à banca.
Descida de impostos vai depender de vários factores
O Presidente da República disse ainda que uma eventual descida de impostos, nomeadamente do IRS, vai depender de vários factores e será marcada por dois momentos “importantes”, o Conselho de Estado, em Julho, e a apresentação do Orçamento do Estado.
Questionado sobre o apelo do líder do PSD, Luís Montenegro, a uma descida dos impostos, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o Conselho de Estado, em Julho, será um “momento importante” para “um balanço da situação”, seguindo-se, a partir de Setembro, o Orçamento do Estado para 2024.
Afirmando esperar que a evolução da inflação e do crescimento, internacional e no país, “continue a melhorar”, deixando “perspectivas positivas para os próximos anos”, Marcelo reafirmou que as pessoas esperam muito que “os grandes números da economia cheguem aos seus bolsos e isso significa uma maior esperança para o futuro”.
“Vamos ver, em função da evolução da economia nestes meses, vamos ver como é que corre o crescimento, como é que corre a inflação, como é que corre a gestão das finanças, como é que corre a situação internacional, como é que decorre a posição do BCE sobre a subida dos juros”, declarou.
Perguntado sobre uma remodelação do Governo, o Presidente salientou que “já disse o que tinha a dizer” sobre a matéria e que acompanha “atentamente, vigilantemente, aquilo que se passa”.