PS rejeita novas audições e prolongamento da comissão de inquérito à TAP

Chega queria ouvir de novo o ministro João Galamba e a sua chefe de gabinete bem como prolongar os trabalhos por três meses, mas os socialistas rejeitam.

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A tutela política da gestão da TAP vai continuar a ser avaliada pelos deputados, mas no tempo previsto Reuters/Rafael Marchante

O coordenador do PS na comissão parlamentar de inquérito à TAP, Bruno Aragão, defendeu, nesta sexta-feira, que os portugueses pedem conclusões "doa a quem doer", considerando que neste momento não é necessário prolongar os seus trabalhos.

No final da audição ao secretário de Estado João Nuno Mendes, o deputado socialista falou aos jornalistas e começou por saudar o facto de se ter voltado "a discutir a TAP" nesta comissão de inquérito, considerando que estas duas últimas semanas mostraram que é "absolutamente diferente quando a discussão se faz sobre isso".

Questionado sobre o pedido do Chega para prolongar os trabalhos desta comissão por mais três meses, Bruno Aragão respondeu que "neste momento não há nada que aponte para uma necessidade de prolongamento dos trabalhos", recordando que "houve uma consensualização do calendário", que está a ser cumprido e que "todos os partidos têm feito um esforço imenso para que as audições decorram como estava planeado".

O Chega anunciou esta manhã que vai pedir a prorrogação dos trabalhos da comissão cujo prazo de funcionamento termina a 22 de Julho.

O socialista referiu ainda que o pedido do partido para ouvir de novo João Galamba e a sua chefe de gabinete vai ser chumbado liminarmente.

"Há uma coisa que sentimos, já sentíamos há algum tempo, os portugueses pedem-nos conclusões e aqui utilizaria as palavras do senhor primeiro-ministro, doa a quem doer", enfatizou.

Segundo Bruno Aragão, "depois de 43 audições, mais de dois meses a ouvir pessoas, a ler documentos, a tentar montar as diferentes partes deste processo", aquilo que é pedido é que "concluam o que tiverem a concluir".

"Tornem-nas transparentes, apresentem-nas, façam sobre elas o debate que deve ser feito com a serenidade que deve ser feito. Concluam o processo", defendeu.

Considerando que "as conclusões se tiram no fim", para o socialista, "esta semana foi muito elucidativa, sobretudo de dois momentos em que havia alguma dúvida".

"Temos relativamente a 2015 a noção hoje clara do que foram duas peças fundamentais para que aquela reprivatização tivesse ocorrido, que surgem no último mês desse processo: as cartas de conforto que permitem que o Estado garanta a dívida da empresa e que levam a que o Tribunal de Contas afirme que, apesar da privatização de 61%, o Estado se assemelha a um accionista único", afirmou.

Para o PS, outra peça fundamental é o "parecer que suporta os fundos Airbus que foram uma peça fundamental para capitalizar a TAP".

"Uma peça que faltava fechar foi como é que se tomou um conjunto de decisões que levou à opção de o Estado colocar 3,2 mil milhões de euros numa empresa estratégica para Portugal", disse.