Seca, granizo e o silêncio ultrajante da CAP

O país deve ser tratado todo por igual e, se tiver que haver discriminação, manda o mais elementar bom senso que se beneficie quem mais necessita.

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DIOGO VENTURA
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Foi triste, para não dizer ultrajante, ouvir esta semana os dirigentes da Confederação da Agricultura de Portugal (CAP) reclamar uma vez mais do Governo o pagamento antecipado, à revelia de Bruxelas, de ajudas aos agricultores atingidos pela seca deste ano, maioritariamente do Alentejo e do Algarve, e, ao mesmo tempo, assistir ao seu silêncio perante a desgraça que se abateu sobre milhares de agricultores de minifúndio com a queda de chuvas violentas e de granizo nos distritos do interior Norte. Fui espreitar o site da CAP na passada quarta-feira (quando este texto foi escrito e já eram conhecidos os estragos em milhares de hectares de pomares e vinhas nos distritos de Vila Real e Bragança, por exemplo) e não havia uma única referência ou notícia sobre o ocorrido. Numa altura de temporal devastador numa parte do país, ver a CAP insistir em apoios por causa da seca mostra bem o carácter elitista desta confederação, sempre mais preocupada com os interesses dos seus associados do latifúndio alentejano.

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