Nem a bicicleta tirou a camisola rosa a Roglic num Giro em que Almeida é terceiro

O ciclista português torna-se no segundo a conseguir ficar no pódio de uma “grande volta”, sucedendo a Joaquim Agostinho, e consegue o melhor resultado luso de sempre na prova italiana.

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Primoz Roglic EPA/LUCA ZENNARO
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O ciclista esloveno Primoz Roglic (Jumbo) venceu neste sábado a 20.ª e penúltima etapa da Volta a Itália, arrebatando a liderança da geral, que deve vencer, com o português João Almeida (UAE) em terceiro e segurar o lugar no pódio e a liderança na classificação da juventude.

No contra-relógio individual decisivo, que terminava numa "crono-escalada" que o antigo ciclista espanhol Alberto Contador descreveu como "a mais dura na história das grandes voltas", o ciclista de A-dos-Francos defendeu-se da melhor forma de Damiano Caruso, quarto à geral, ao ser 13 segundos mais rápido que o italiano, ampliando uma vantagem que já era confortável. O grande destaque da jornada deste sábado foi o duelo pela rosa entre Primoz Roglic e Geraint Thomas.

O britânico da INEOS Grenadiers partia para o contra-relógio de 18,6 quilómetros entre Tarvisio e Monte Lussari com 26 segundos de vantagem em relação a Roglic, uma diferença que se revelou insuficiente perante uma exibição demolidora do ciclista esloveno da Jumbo-Visma.

O tricampeão da Volta a Espanha (2019, 2020 e 2021) concluiu o percurso em 44m23s, 40 segundos mais rápido que Thomas. A diferença até poderia ser maior, não fosse o esloveno ter sido obrigado a trocar de bicicleta a meio da subida devido a um problema mecânico.

A vitória folgada de Roglic permitiu ultrapassar Thomas na luta pela camisola rosa. O esloveno tem 14 segundos de vantagem para o vencedor da Volta a França de 2018 e segundo classificado no Tour do ano passado, antes de uma etapa 21 que se adivinha de consagração devido ao traçado plano ideal para uma chegada a Roma em pelotão compacto, para disputa da vitória ao sprint.

João Almeida, que terminou a 42 segundos de Roglic, garantiu assim o pódio no Giro, o melhor resultado português na história da prova italiana. O ciclista de 24 anos é o primeiro corredor nacional a ficar entre os três primeiros de uma "grande volta" desde Joaquim Agostinho, que conseguiu um segundo lugar na Vuelta de 1974 e dois terceiros lugar no Tour, em 1978 e 1979.

Almeida é ainda o primeiro português a vencer a classificação da Juventude de qualquer uma das três principais provas do calendário, numa edição do Giro em que também garantiu a primeira vitória de etapa nestas corridas, com o triunfo na 16.ª etapa.