PS e PSD debatem visões opostas sobre a Madeira. IL quer brisa “liberal”

No período de declarações políticas no Parlamento, o PSD enaltece desenvolvimento da região, o PS crítica problemas na saúde.

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Joaquim Miranda Sarmento disse ser irónico o PS apontar problemas nas listas de espera na Madeira NFS Nuno Ferreira Santos
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O PSD e o PS mostraram perspectivas contrárias sobre a realidade no arquipélago da Madeira, invertendo os seus papéis: os sociais-democratas são poder na região autónoma e os socialistas oposição. É nesse contexto que o líder da bancada do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, enaltece a “transformação” que foi conseguida na região nos últimos 50 anos ao mesmo tempo que o PS e outros partidos apontam problemas por resolver.

Numa declaração política no Parlamento, a propósito das jornadas parlamentares do PSD, no Funchal, na passada segunda e terça-feira, Miranda Sarmento elogiou o desenvolvimento económico da região, a “qualidade e eficiência” da saúde, a “estabilidade da carreira do corpo docente” e um "estado social que apoia os madeirenses".

A poucos meses das eleições regionais, que estiveram na base da escolha do local para a realização das jornadas parlamentares do PSD, Miranda Sarmento assegurou que a coligação PSD/CDS “continuará a sua acção em prol do desenvolvimento da região”.

A deputada do PS, Marta Freitas, considerou que a realidade descrita “é só para quem a visita e não para quem vive lá”, apontando problemas nas listas de espera na saúde que foram reduzidas por via “administrativa”. “Falar em listas de espera, problemas das urgências por parte do PS não deixa de ser irónico”, comentou Miranda Sarmento.

Mas os demais partidos alinharam na discordância sobre a realidade madeirense descrita pelo líder parlamentar do PSD. E, no caso da Iniciativa Liberal, apontaram o dedo tanto ao PSD como ao PS. “O que vem dizer a esta câmara é o que criticam na Madeira e não criticam nesta câmara. Aqui nenhum dos dois fica bem na foto”, assinalou João Cotrim Figueiredo, dirigindo-se à deputada socialista.

Sem representação no parlamento regional, a IL quer estrear-se nas próximas eleições, o que levou Cotrim Figueiredo a lançar um desafio: “Após 48 anos de poder na região, nota-se um cheiro a bafio. Não estará na altura de abrir as janelas, arejar isto e deixar entrar uma brisa liberal nas regionais do Outono?”.

Tanto o PCP como o Bloco e o deputado do Livre Rui Tavares aludiram aos problemas na região tais como o aumento do custo de vida e os preços da habitação, contrariando o “retrato idílico” que, segundo a bloquista Isabel Pires, foi descrito por Miranda Sarmento. Rui Paulo Sousa, do Chega, partido que também não tem representação parlamentar na Madeira, acusou o Governo Regional da Madeira de “só querer saber da receita fiscal” e quis saber, por intermédio de Miranda Sarmento, o que vai o executivo madeirense fazer sobre as “desigualdades económicas e sociais”. Ficou sem resposta.

Na declaração política anterior, o PS escolheu também a região autónoma da Madeira para tema. O deputado Miguel Iglésias, eleito por aquela região, criticou a proposta de revisão constitucional do PSD sobre a extinção do Representante da República das regiões autónomas e lembrou que a bancada parlamentar levou “uns raspanetes em público” a esse propósito.

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