No subsolo de Londres, Tina Turner sobe aos céus: um poema à rainha do rock’n’roll no metro

“A Proud Mary já não vai ter vontade de dar voltas. Cada Private Dancer não vai ter vontade de dançar. Agora é altura de a Rainha do Rock’n’Roll descansar”.

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Numa estação da Victoria Line, o quadro de avisos surgiu com um aviso poético dedicado a Tina Turner All on the Board
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All On The Board não é uma plataforma oficial do Metro de Londres, mas com o passar dos anos tornou-se semioficial e um must, tanto no local como nas redes sociais. A tal ponto que o quadro branco onde dois funcionários do underground londrino comentam actualidades criativamente soma centenas de milhares de seguidores no Twitter e dois livros campeões de vendas. Assim sendo, seria obrigatório dar aos viajantes que passam pela estação de North Greenwich, linha Victoria, a emoção da vida e morte de Tina Turner, lenda do rock'n'roll que morreu esta quarta-feira, aos 83 anos.

No quadro branco habitualmente utilizado para informações de última hora sobre o serviço de metro, o duo responsável pelo All On The Board, Ian Redpath and Jeremy Chopra (conhecidos como N1 e E1, uma adaptação de códigos postais londrinos e que em estenografia se pode ler como "ninguém, no one" e "Everyone, toda a gente"), homenageiam Tina e o seu texto poético já está não só a dar voltas ao metro e a Londres, mas a todo o mundo. É um texto que keeps on turning, como a big weel da Proud Mary (You know that big wheel keep on turning / Proud Mary keep on burning).

"Descansa em paz Tina Turner, serás para sempre amada e nunca esquecida", lê-se no quadro in loco e nas redes, num poema que inclui referências a canções monumentais de Tina, como de Nutbush city limits, What's love got to do it, River deep, mountain high, Private dancer, Proud Mary e Goldeneye. E, naturalmente, aquela que se tornou mote da sua vida e obra, título de jornais e de obituários por todo o mundo, (Simply) the best.

Com milhares de partilhas na Internet, o quadro branco que evoca Tina assinala como um facto que ela foi "simplesmente uma das maiores artistas de sempre", mas que "agora é altura de a rainha do Rock'n'Roll descansar". Recorde-se que Tina, além de uma obra musical repleta de clássicos e números 1 pelo mundo fora, foi uma das mais prolíficas artistas em matéria de viagens: se nos anos 1960/1970 ela e o marido já viajavam pelo mundo a mostrar a garra e a voz da cantora, quando se deu o seu regresso retumbante com o álbum Private Dancer, em 1984​, Tina dedicou-se à arte em que toda a sua arte se tornava mais superlativa, a dos concertos ao vivo. Foi uma meia dúzia de tours mundiais em que, com duas passagens por Portugal, provou que ao vivo é que é.

Pelo menos por agora, a viagem de vida de Tina Turner e a sua última viagem estão marcadas, com amor, carinho e rock'n'roll, nesta estação de metro londrina que, graças a textos como este por jornais e plataforma media de todo o planeta, acaba de se tornar uma estação do mundo em que todos entramos para homenagear a rainha do rock'n'roll.

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