Negócios de Benfica, FC Porto e Sporting sob investigação no MP superam os 228 ME

Em causa estão as diversas buscas efectuadas na semana passada aos principais clubes portugueses.

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A SAD do FC Porto foi uma das visadas nas buscas Reuters/Rafael Marchante
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Os negócios de Benfica, FC Porto e Sporting que estão sob investigação no Ministério Público (MP) ultrapassam os 228 milhões de euros, revelou nesta segunda-feira a Procuradoria-Geral da República, que esclareceu que estão em causa seis inquéritos.

A nota publicada na página do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) surge na sequência das diligências da passada quarta-feira, em que foram feitas mais de 60 buscas e que visaram as instalações dos três "grandes", além de escritórios de advogados e de contabilidade e diversas residências.

De acordo com o DCIAP, dos seis inquéritos que envolvem Benfica, FC Porto e Sporting, dois são "relativos a cada um dos clubes", existindo já cerca de 120 arguidos no conjunto destas investigações do MP.

"Não é possível, neste momento, informar o valor global dos negócios em investigação, sendo que o mesmo será seguramente muito superior a 228 milhões de euros", refere ainda a nota do DCIAP, que adiantou também a existência de outros dois "inquéritos por factos semelhantes relativos a outros clubes, mas com uma dimensão muito inferior".

Estas investigações estão, segundo o MP, ligadas à Operação "Fora de Jogo", que lembrou na nota nesta segunda-feira publicada às buscas que foram efectuadas em Março de 2020.

Em causa nos inquéritos que originaram a operação desenvolvida na última semana estão "suspeitas de prática de crimes de fraude fiscal qualificada, fraude contra a segurança social e branqueamento de capitais, ligadas com celebração ou renovação de contratos de trabalho desportivo, pagamento de comissões e circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios, bem como utilização de direitos de imagem".

As diligências incidem em factos decorridos entre 2014 e 2022, sobre os quais "existem indícios de vantagens patrimoniais ilegítimas, fiscais e contra a segurança social" fixadas em "mais de 58 milhões de euros", sendo que as SAD de Benfica e Sporting confirmaram terem sido constituídas arguidas no processo, enquanto o FC Porto não se pronunciou.

Sob a direcção do DCIAP, a investigação - que está em segredo de justiça - envolve também a Unidade dos Grandes Contribuintes e a Direcção de Serviços de Investigação de Fraude e de Acções Especiais da Autoridade Tributária (AT), bem como a Unidade de Acção Fiscal da GNR.