Tem um gatinho? Saiba como fazer a transição para a comida de adulto

Introduzir a alimentação de gato adulto muito cedo ou de forma brusca são erros que os tutores de gatos bebés cometem. Descubra como os evitar com a ajuda de uma médica veterinária.

Foto
Ouça este artigo
--:--
--:--

É aos 12 meses que um gatinho atinge a idade adulta. Por essa altura, a fase de crescimento já terminou, quer seja o desenvolvimento do seu esqueleto, músculos, ou sistema imunitário, quer seja a sua capacidade cognitiva (com isto não quer dizer que perca a capacidade de aprender coisas novas!). Ao mesmo tempo, as necessidades diárias de energia dos gatos diminuem e tendem a estabilizar. É por isso fundamental passar da alimentação de gatinho para a alimentação de adulto para assegurar o seu bem-estar.

No entanto, um dos principais erros dos tutores tem a ver exactamente com a forma como fazem essa passagem. “Mudar prematuramente para uma dieta de adulto pode levar a problemas de crescimento, uma vez que o equilíbrio de nutrientes num alimento de adulto não é adequado às necessidades de crescimento de um gatinho”, explica Leonor Valente, médica veterinária doutorada em comportamento e bem-estar animal, responsável pela comunicação científica da Royal Canin Ibéria.

Como fazer a transição

Antes de mais, o tutor deve sempre seguir as recomendações do médico veterinário em relação à dieta e à transição para o novo alimento, para garantir que o processo é feito de forma segura e gradual. Assim sendo, deve-se introduzir o novo alimento de forma faseada ao longo de uma semana, misturando o alimento novo com o actual em quantidade gradualmente crescente. Este é o segredo para que o sistema digestivo do gato se adapte ao novo alimento. Depois de sete dias, já terá substituído completamente a comida do gatinho por um alimento de gato adulto que lhe dará tudo o que precisa nesta sua nova fase de vida.

Durante este período, o tutor deve estar o mais atento possível. “Deve observar a aceitação do novo alimento pelo animal e garantir que está a comer sem o recusar ou apresentar falta de apetite”, explica a médica veterinária Leonor Valente. Uma transição brusca pode causar desconforto gastrointestinal e, por isso, “o tutor deve ainda observar possíveis reacções adversas, como vómitos, diarreia, comichão, entre outros”, refere. Caso ocorram, deve buscar ajuda veterinária imediatamente.

Foto

Entre os factores a considerar durante uma transição de alimentação, há também a apontar consequências psicológicas. “A transição alimentar, por si só, pode ser um factor de stress para o gato”, explica Leonor Valente. “Isto porque os gatos gostam de rotinas e de sentir que controlam o seu ambiente”, continua. Essa tensão pode manifestar-se em agitação, inquietação, vocalização excessiva ou alteração do uso de caixas de areia, lamber-se mais, entre outros.

“Alguns gatos podem também ter receio de comer um novo alimento, o que pode ser um factor de stress acrescido”, diz ainda a médica veterinária. E acrescenta: “Este comportamento de aversão a novos alimentos é designado por neofobia e pensa-se que é uma espécie de protecção contra a ingestão de alimentos contaminados ou tóxicos.”

Para concluir, além de escolher um alimento adequado às necessidades e à fase de crescimento do seu gatinho, é também importante que o tutor encoraje o exercício físico. Leonor Valente recorda que “actualmente, um em cada dois animais de estimação tem excesso de peso ou é obeso”. A obesidade é uma doença e tem consequências graves para a saúde dos animais.

“Lembre-se que brincar com o seu gato é uma forma de exercício e fortalece o vínculo tutor-animal. Se seguirmos estes hábitos e verificarmos regularmente o crescimento e condição corporal do gatinho junto do médico veterinário, estaremos a contribuir para o seu crescimento saudável e a evitar que tenha excesso de peso”, conclui.