Empate com sabor a título para o Benfica

Sporting esteve a ganhar por dois ao intervalo, mas cedeu empate (2-2) na segunda parte e deixou de poder sonhar com a Champions. “Águias” podem celebrar em casa.

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Lance confuso na área do Sporting, que terminou com o golo do empate LUSA/NUNO VEIGA
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Afinal, só vai haver campeão na última jornada. O Benfica precisava de uma vitória para fazer a festa já neste domingo, mas só levou um empate (2-2) frente ao Sporting, num derby dividido, em que os “leões” foram muito melhores na primeira parte e as “águias” bastante superiores na segunda. Este ponto tem um sabor quase a título para os “encarnados”, que vão receber o Santa Clara (último classificado e já despromovido) e, dada a diferença de golos, só precisarão de mais um ponto para o 38.º título da sua história. Para a equipa de Rúben Amorim, é um empate com sabor a derrota, já que deixa de ter hipóteses matemáticas de alcançar o Sp. Braga no terceiro lugar.

Houve uma autêntica romaria benfiquista a Alvalade, com uma mancha “encarnada” bem superior ao sector da bancada dos adeptos visitantes. Nenhum queria esperar mais para fazer a festa. Mas não dependia deles. Dependia do que acontecesse no campo. E o que se viu foi o fenómeno do jogo dividido, no sentido em que foi um jogo partido ao meio. Metade para o Sporting, metade para o Benfica: a “águia” não chegou a entrar em campo na primeira parte, o “leão” não regressou para a segunda.

Depois de alguns minutos de expectativa, os “leões” assumiram o controlo do jogo e não o largaram durante 45 minutos. Sabiam exactamente o que fazer perante o líder do campeonato, mais agressivos, mais objectivos, mais tudo. Do melhor que já se viu deste Sporting no campeonato. No polo oposto, o Benfica foi do pior que se viu esta época, quase nada mesmo, engolido no meio-campo, a perder duelos, ausente no ataque.

O primeiro sinal de real perigo aconteceu aos 21’, numa bela combinação entre Edwards e Esgaio, com o lateral a meter a bola rasteira em paralelo com a linha - Pedro Gonçalves não conseguiu encostar. Depois, foi Esgaio a receber uma bola dentro da área: Vlachodimos defendeu.

Aos 39’, o merecido golo do Sporting. Nuno Santos avançou pela esquerda, António Silva não conseguiu desfazer a jogada e o lateral “leonino” atirou para a zona de acção de Vlachodimos. O grego não agarrou, Trincão aproveitou e, depois de manobrar na pequena área, atirou a contar. Ainda antes do intervalo, aos 44’, Diomande deu uma expressão mais fiel ao que o jogo mostrava até então, com um cabeceamento certeiro após canto de Nuno Santos.

O Sporting ia para o intervalo com a sensação de trabalho bem feito e o Benfica estava de rastos. O que o jogo mostrou na segunda parte foi outra coisa. Roger Schmidt retificou um dos erros da construção do “onze”, ao tirar o invisível João Mário para lançar Bah na lateral e devolver Aursnes ao meio-campo. E a retoma do Benfica no jogo começou aqui. O norueguês foi decisivo para empurrar a equipa na direcção da baliza de Franco Israel, até então quase um espectador.

Com um maior domínio das operações, o Benfica reduziu aos 71’, num cabeceamento certeiro de Aursnes após cruzamento de Grimaldo. O Sporting já tinha entrado em modo defesa e era essa a mensagem que Amorim enviava para o campo com as substituições que ia fazendo - Bellerín, Matheus, Essugo foram para o campo, tal como Paulinho já tinha ido. Ainda assim, teve duas aproximações com perigo, sobretudo quando Paulinho teve a baliza à sua mercê, mas esperou por uma melhor via para o remate e perdeu a hipótese.

Sem criar demasiadas oportunidades, o Benfica empatou já na compensação, numa jogada confusa em que João Neves colocou a bola no único sítio onde ela podia entrar, fazendo o empate que acaba por reflectir o 50/50 que este jogo foi. O Benfica já planeia a festa, o Sporting já só pensa na próxima época.

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