Juros do crédito à habitação subiram para 3,675% no primeiro trimestre
No conjunto dos contratos, a taxa média subiu para 3,110%, o valor mais elevado desde Junho de 2009.
As taxas Euribor têm vindo a renovar máximos de 14 anos, agravando os créditos à habitação novos a taxas variáveis e os restantes, uma vez que são periodicamente revistos. Em Abril, a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos fixou-se em 3,110%, o valor mais elevado desde Junho de 2009. Trata-se de uma subida de 28,1 pontos-base face a Março, altura em que se fixou em 2,829%, de acordo com dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O impacto da subida das taxas de juro é maior nos créditos contratados recentemente, concretamente nos celebrados entre Janeiro e Março, tendo os juros ascendido a 3,675%, acima dos 3,507% verificados em Março (relativo aos três meses anteriores). A taxa atingida no novo crédito é a mais elevada desde Outubro de 2012, avança o INE.
Ainda nos contratos mais recentes, o valor médio da prestação subiu 14 euros face ao mês anterior, para 590 euros, um aumento de 52,5% em relação a Abril de 2022, e o montante médio em dívida foi de 125.734 euros, mais 564 euros do que em Março.
Na carteira total de crédito à habitação, a prestação média fixou-se em 341 euros, mais dez euros do que em Março e mais 84 euros do que em Abril de 2022 (aumento de 32,7%). E o capital médio em dívida aumentou 273 euros, para 62.972 euros.
A subida das taxas de juro tem impacto no ritmo de amortização do capital em dívida, que diminui quando a componente de juros sobe. Na prestação média de 341 euros do conjunto dos contratos, 163 euros (48%) correspondem a pagamento de juros e 178 euros (52%) a capital amortizado. Há apenas um ano, a componente de juros representava 16% do valor médio da prestação, que se situava em 257 euros.
Esta sexta-feira, os três prazos das taxas Euribor, que estão presentes em cerca de 90% do stock de crédito à habitação em Portugal, voltaram a subir. A Euribor a 12 meses fixou-se em 3,878%, a de seis meses em 3,707%, e a de três meses em 3,415%.
As taxas Euribor têm acompanhado o aumento das taxas directoras do Banco Central Europeu, que no último mês abrandou o ritmo de subida, mas ainda não sinalizou o fim de processo, que tem visado o controlo da inflação na zona euro.