Scholz quer mais pragmatismo nas sanções à Rússia e não mais sanções

Alemanha quer garantir que as sanções à Rússia pela guerra não são contornadas através de países terceiros e volta a sublinhar que não enviará caças para a Ucrânia.

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Olaf Scholz esteve em Reiquejavique, para a cimeira do Conselho da Europa Leszek Szymanski/EPA

O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou esta quarta-feira que o seu governo quer medidas pragmáticas para prevenir que as sanções impostas à Rússia sejam contornadas, naquilo que pode ser visto como uma moderação dos apelos dos Estados Unidos a proibições mais alargadas às exportações.

Scholz estará na reunião do grupo das sete nações mais industrializadas do mundo (G7), esta sexta-feira no Japão, para discutir planos para apertar ainda mais as sanções à Rússia em relação à guerra na Ucrânia.

As novas medidas terão como alvo a evasão das sanções envolvendo países terceiros, dizem autoridades conhecedoras das negociações. A Administração norte-americana espera que os membros do G7 concordem em ajustar a abordagem às sanções para que, pelo menos em relação a algumas categorias de produtos, todas as exportações sejam automaticamente suspensas a não ser que façam parte de uma lista de artigos aprovados.

“Estamos a promover um desenvolvimento futuro bom e pragmático”, disse Scholz quando questionado sobre o assunto à margem da cimeira do Conselho da Europa na Islândia. O chanceler alemão espera que se chegue a um acordo “sem grandes mudanças no sistema”.

Os líderes europeus na cimeira do Conselho da Europa em Reiquiavique discutiram formas de responsabilizar a Rússia pela invasão da Ucrânia e revelaram um mecanismo para acompanhar as perdas e danos infligidos pelas forças de Moscovo.

No entanto, Scholz afirmou que não está claro como é que a Rússia poderá ser obrigada a pagar pelos danos, sugerindo que existem poucas opções legais disponíveis para congelar os bens russos.

Quando questionado se a Alemanha estaria disposta a corresponder aos desejos da Ucrânia e enviar aviões de combate para ajudar as forças ucranianas, Scholz disse que o seu país estava empenhado em fortalecer as capacidades de defesa antiaérea ucranianas.

Durante a cimeira, o Reino Unido disse que estava a trabalhar com os Países Baixos para criar uma coligação internacional para ajudar a Ucrânia a obter caças F-16 dos aliados, no entanto, tanto Londres, como Berlim, como Washington têm hesitado em enviar os seus próprios aviões.

O Ministério da Defesa alemão divulgou um comunicado esta quarta-feira a dizer que, embora tenham “uma perspectiva positiva do impulso anglo-neerlandês para formar uma coligação de caças para a Ucrânia”, a Alemanha não contribuirá com os seus aviões.