Anacom conclui que indicadores de qualidade dos CTT ficam aquém dos objectivos fixados

Entidade reguladora publicou relatório sobre o cumprimento dos indicadores de qualidade de serviço no âmbito do serviço postal universal a que os CTT estão sujeitos por contrato com o Estado.

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Nelson Garrido
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Os indicadores de qualidade de serviço (IQS) do serviço postal universal (SU) dos CTT ficaram "aquém dos respectivos objectivos de desempenho fixados para 2022", refere o relatório da Anacom, com os Correios a apontarem ocorrência de vários constrangimentos.

"Atendendo à informação disponibilizada, e sem prejuízo das conclusões da posterior avaliação ao cumprimento dos IQS e objectivos de desempenho associados à prestação do SU, constata-se que todos os IQS se encontram aquém dos respectivos objectivos de desempenho fixados para o ano 2022", refere o relatório anual da Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom).

O regulador adianta que os CTT "informaram que o desempenho dos IQS em 2022 foi afectado pela ocorrência de diversos constrangimentos que impactaram negativamente o funcionamento da rede postal".

Entre estes constrangimentos devem-se, entre outros, "a situação pandémica associada à covid-19, agravada nos primeiros meses de 2022, com o surgimento da nova variante Ómicron, com impacto significativo na actividade dos CTT, afectando o desempenho da qualidade de serviço nesse período, nomeadamente em razão do absentismo dos trabalhadores decorrente de casos de infecção ou contactos com pessoas infectadas, bem como de dificuldades em assegurar a adequada contratação de trabalhadores a termo (os quais, por si só, de acordo com os CTT representarão necessariamente um impacto desfavorável no tempo de execução das tarefas, face à sua menor experiência)".

A isto se soma a "dificuldade crescente na contratação de pessoal, devido à descida da taxa de desemprego verificada em Portugal, que não permitiu satisfazer plenamente as habituais necessidades de contratação para fazer face à época de férias do pessoal afecto à distribuição" e "na capacidade de adaptação das equipas dos centos de distribuição postal (CDP) na implementação de novos estudos de reorganização da distribuição, que têm como objectivo aumentar a produtividade e qualidade na operação, bem como constrangimentos ao nível da gestão dos saldos de correio nos CDP [Centro de Distribuição Postal]".

Os CTT apontam ainda "perturbações laborais", nomeadamente da greve geral em 17 de Junho, "perturbações e limitações ao nível da distribuição e recolha de tráfego decorrentes dos incêndios nos meses de Julho e Agosto", nos concelhos de Ourém, Leiria, Pombal, Guarda, Covilhã, Loulé, Vila Real, entre outros, e decorrentes das inundações verificadas em Dezembro (com maior incidência na Grande Lisboa, Elvas, Fronteira, Mora e Coruche).

Os Correios de Portugal apontam ainda as perturbações e limitações ao nível das ligações e capacidade de transporte para as regiões autónomas.

"Segundo os CTT, sem prejuízo dos constrangimentos verificados, foram empenhados todos os esforços para manter a operação e o serviço aos utilizadores, sem comprometer a sua segurança e a dos trabalhadores", adianta o relatório.