Médico suspeito de ter violado duas doentes durante consultas foi suspenso de funções

Ortopedista do Hospital de Penafiel foi presente a juiz e ficou proibido de contactar com vítimas e suspenso de funções. Antes, o hospital proibira-o de observar doentes do sexo feminino.

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Médico já foi interrogado por um juiz Manuel Roberto
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Um médico, de 60 anos, suspeito de ter violado duas doentes durante consultas médicas ocorridas no Hospital Padre Américo, em Penafiel, foi suspenso de funções clínicas por um tribunal tanto no sector público como no privado.

A informação foi recolhida pelo PÚBLICO após a Polícia Judiciária (PJ) ter divulgado nesta quinta-feira um comunicado dando conta da detenção do médico, que é suspeito da prática de crimes de violação e coacção sexual. A nota apenas fala num "médico" de um "estabelecimento hospitalar público", mas o PÚBLICO sabe que se trata de um ortopedista que trabalha no Hospital de Penafiel há vários anos e que foi alvo de duas queixas apresentadas por duas mulheres na casa dos 40 anos, uma no ano passado e outra já este ano.

A detenção ocorreu na passada terça-feira, tendo nesta quarta-feira o médico sido presente a um juiz de instrução no Tribunal de Penafiel. Depois de interrogado foi libertado, mas proibido de contactar com as vítimas e testemunhas e de exercer medicina.

A PJ especifica no comunicado que "o arguido, médico de profissão, no âmbito das suas funções de consulta em ambulatório em estabelecimento hospitalar público, com o pretexto de melhor efectuar o diagnóstico médico, terá sujeitado as vítimas à prática de actos sexuais abusivos".

O ortopedista terá mandado as duas doentes despirem-se parcialmente e começado a palpação nas áreas onde tinham dores. No entanto, os toques continuavam para zonas nas quais as pacientes não apresentavam qualquer queixa, chegando o médico a tirar as calças e as cuecas das pacientes e a introduzir-lhes os dedos nas partes genitais.

Constituído arguido após a primeira queixa, o médico negou os crimes e tentou descredibilizar a vítima. Mas o aparecimento de uma segunda vítima, com um relato muito semelhante à primeira, veio dar mais força às denúncias.

A última queixosa, uma mulher de 48 anos, terá sentido dores na sequência da agressão, o que a levou a uma consulta no Hospital de Penafiel, onde terá relatado o ocorrido. O episódio terá sido reportado superiormente e a administração terá tomado medidas, tendo o ortopedista ficado impedido de observar doentes do sexo feminino.

Contactado pelo PÚBLICO, o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, onde está integrado o Hospital de Penafiel, apenas adianta que "está, desde o início, a colaborar com as autoridades, a quem está entregue o caso", recusando mais esclarecimentos.

Segundo a PJ, "as vítimas, embora constrangidas, submetiam-se às referidas práticas, dada a situação de dependência em que se encontravam, bem como pela ignorância face aos alegados actos médicos em curso". As duas vítimas apresentam ambas um nível baixo de instrução, acreditando os investigadores que tal ocorria porque o agressor consideraria que seriam pessoas mais frágeis que não questionariam os seus actos, mesmo que se sentissem desconfortáveis com eles.

Os investigadores acreditam que poderão existir mais vítimas, apelando a quem tiver sido sujeito a tais agressões sexuais a denunciá-las às autoridades. Com Sónia Trigueirão e Lusa

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