Federação Internacional de Judo exclui oito membros da delegação russa

Análise e verificação de empresa independente “risca” elementos, sem especificar tratar-se de atletas ou de membros da comitiva.

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Tamerlan Bashaev Reuters/SERGIO PEREZ

A Federação Internacional de Judo (IJF) rejeitou oito elementos propostos pela delegação russa para participar nos Mundiais de 2023, sob bandeira neutra, o que já motivou um boicote da Ucrânia, anunciou aquele organismo.

Após ter recebido a lista de participantes enviada pela federação russa, a IJF "procedeu a uma análise independente dos antecedentes" dos membros que a compõem e decidiu excluir oito nomes dos campeonatos que se realizam em Doha, entre 7 e 13 de Maio, sem especificar se se trata de judocas.

O comunicado, publicado no site oficial da IJF, surge um dia após a Federação Ucraniana de Judo ter anunciado o boicote aos Mundiais, relevantes para a qualificação olímpica para Paris 2024, em protesto contra a decisão do organismo internacional de autorizar o regresso à competição de atletas russos e bielorrussos.

A federação ucraniana observou que "a maioria da equipa russa é composta por judocas que estão a combater na guerra como soldados da Federação Russa", na sequência da invasão da Ucrânia, a 24 de Fevereiro de 2022, com apoio da Bielorrússia.

"Consideramos que esta decisão contraria as mais recentes recomendações do Comité Olímpico Internacional, segundo as quais o estatuto de atleta neutro só pode ser concedido a quem não intervenha no conflito", advertiram os responsáveis ucranianos.

A IJF divulgou no sábado uma resolução que permite a atletas russos e bielorrussos regressarem, como neutros, a tempo dos campeonatos do Mundo, que destacam como atribuindo "pontos significativos na qualificação" olímpica, que arrancou em Junho de 2022.

O COI permitiu, em Março, que atletas russos e bielorrussos voltassem à prática competitiva internacional, sob condições apertadas de neutralidade, sem terem apoiado a guerra ou estarem inscritos nas forças militares, deixando aberto a cada federação internacional a decisão sobre de que forma se processaria esse regresso.

No caso da IJF, foram feitas "verificações por uma empresa independente" quanto ao passado de todos os atletas que se propõem a participar nos Mundiais, incluindo publicações nas redes sociais, e só aqueles que passarem essa confirmação poderão participar em eventos mundiais.

"Após uma análise profunda, oito membros da delegação foram rejeitados", indica o comunicado divulgado pela IJF, sem precisar as funções das pessoas excluídas, enquanto no sítio oficial da competição na Internet continuam a figurar 20 judocas russos, 10 masculinos e 10 femininos.

Até aqui, o judo tinha sido das poucas modalidades olímpicas a não seguir imediatamente as recomendações do COI de 2022, quanto à invasão da Ucrânia pela Rússia, permitindo-lhes competir sob bandeira neutra.

A Ucrânia boicotou vários eventos e já tinha ameaçado fazer o mesmo nos Mundiais desse ano, o que levou a IJF a recuar, banindo judocas daqueles países até Janeiro deste ano.

Agora, essa questão é levantada, o que já aconteceu também no tiro com arco, esgrima, pentatlo moderno, skate, ténis de mesa, taekwondo, triatlo e luta livre, ao contrário do atletismo, badminton, basquetebol, equestre, escalada e surf, que mantiveram a suspensão.