Electrificação e marcas chinesas dominaram o Auto Xangai

Os salões perderam popularidade na Europa e no mundo, mas a primeira exposição automóvel do período pós-pandémico na China atraiu tanto marcas domésticas como todos os fabricantes de referência.

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Maximilian Missoni, director de Design da Polestar, na revelação do 4 no Auto Xangai 2023 DR
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O MG Cyberster inspira-se no passado da centenária marca DR
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A Smart, detida pela Mercedes-Benz AG e pela Geely, levou a Xangai o #3 DR
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O Mercedes classe E destaca-se pelo pacote tecnológico que dá cartas no interior DR

Se já havia a ideia de que os fabricantes automóveis vão para onde há dinheiro, o último Salão de Xangai, que fechou portas na última quinta-feira, é prova disso. É que longe vão os tempos em que as principais novidades se apresentavam à Europa — quer em Paris, como ocorria no início da história do automóvel, quer em Frankfurt e Genebra —, ou aos EUA, com as atenções voltadas para centros importantes para a indústria, como Detroit, Los Angeles e Nova Iorque.

Não que o evento de Xangai não fosse já importante. Mas, numa altura em que a China é, por um lado, o maior mercado (e com gostos luxuosos) e, por outro, o país de origem de emblemas que querem conquistar mundo (e que têm o know-how e o acesso a tecnologias para tal), os fabricantes globais escolheram precisamente este salão para as suas revelações de peso.

Com mais de sete dezenas de veículos, entre protótipos e automóveis prontos a conquistar a estrada, há cinco novidades a que convém dar atenção. E um, precisamente, made in China, como é o MG Cyberster, roadster que se vai inspirar ao passado da centenária marca, que nasceu britânica, para se apresentar com uma aura de clássico, sem esquecer as exigências do presente: chegará 100% eléctrico.

A existência de dois motores (um por eixo) garante-lhe tracção integral, mas também pesa na balança. O carro chegará com quase duas toneladas, distribuídas por um corpo de 4,53m de comprimento e 1,91m de largura. Mas, promete-se, tal não comprometerá as prestações. Afinal, contará com uma potência combinada de 400kW (mais de 500cv).

Potência também não faltará ao Polestar 4, com precisamente 400kW e capacidade para acelerar de 0 a 100km/h em 3,8 segundos. O SUV coupé eléctrico chega para levar elegância à gama da marca nascida de uma joint venture entre a sueca Volvo e a chinesa Geely.

Posicionado entre o Polestar 2 e o Polestar 3, seja em termos de tamanho ou de preço, o 4 inclui todos os códigos que a marca defende, nomeadamente ao nível do aproveitamento da aerodinâmica, da sustentabilidade, da escolha de materiais “de origem responsável” e da necessidade de suavizar as linhas “agressivas” dos SUV, ainda que chegue com uma grande novidade: uma plataforma criada para propostas exclusivamente eléctricas.

O Polestar 4 inova ainda ao anular o óculo traseiro, sendo que o tejadilho em vidro simplesmente continua até à traseira. E, entre os opcionais, vai estar um sistema para oscilar entre ter o vidro transparente e opaco.

Entre os pesos-pesados presentes na feira, o Mercedes classe E chamou a atenção com a sua nova geração, ainda com motores térmicos (os E200 a gasolina com 204cv e o E220d a gasóleo com 197cv, apoiados por um sistema de hibridização suave), mas já a preparar-se para a transição energética, com dois híbridos plug-in: o E300 com 313cv, de tracção traseira ou integral, e o E400 com 381cv. Em ambos os casos, há motor eléctrico alimentado por uma bateria de 25,4kWh, sendo que o E300 promete autonomia para até 111 quilómetros.

No interior, o destaque vai para o pacote tecnológico: o sistema de infoentretenimento passa a contar com aplicações como o Zoom ou o jogo Angry Birds, sendo possível equipar o automóvel com um ecrã para o ocupante do lado com acesso a jogos e conteúdos de streaming.

A Smart, detida pela Mercedes-Benz AG e pela Geely, levou a Xangai o #3, um SUV coupé eléctrico com 4,4 metros. Pouco se sabe ainda sobre as especificidades técnicas, mas não seria de admirar que adoptasse as mecânicas do Smart #1, com potências entre os 200kW e os 315kW e autonomia de quase 400 quilómetros. A versão apimentada Barbus também poderá constar no portefólio.

Por fim, é de ter debaixo de olho o que a BYD prepara para trazer a Portugal, já a partir deste mês, depois de, em Xangai, ter apresentado uma alternativa eléctrica, o Seagull, por dez mil euros, de que já demos conta nesta página. Mas não há, pelo menos para já, expectativas para que este modelo venha a ser comercializado na Europa.

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