“Vou ali ao Met na Gulbenkian”: uma outra forma de ver ópera

Uma récita em directo do Met de Nova Iorque de Champion, um teatro musical dos nossos dias, levanta questões sobre a forma de ver e ouvir ópera à distância. É ainda ópera ou é outra coisa?

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Ryan Speedo Green, o barítono que encarna o novo Emile Griffith Zenith Richards/Met

Estamos no Grande Auditório da Gulbenkian, em Nova Iorque, perdão, em Lisboa, para ver mais uma transmissão em directo da Metropolitan Opera. Ou melhor, do Met, como se costuma dizer. Não é Mozart nem Verdi nem Wagner, e talvez por isso a sala estivesse apenas composta, com umas 500 pessoas (cabem mais de mil no Grande Auditório). Mas por outro lado é uma ópera contemporânea de Terence Blanchard, um compositor vivo, coisa rara no Met (só com Richard Strauss isso aconteceu, segundo parece). Compositor vivo e marcante, pois é o primeiro compositor afro-americano a apresentar ali uma ópera: Fire Shut Up in My Bones, na temporada 2021-22. Um marco que parece sinal de uma tentativa de renovação e “actualização” da Metropolitan Opera. Novos compositores, novos temas, novos protagonistas.

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