Colômbia expulsa opositor venezuelano Juan Guaidó
Governo colombiano acusou Guaidó de ter entrado no país “de forma não autorizada”. Líder da oposição na Venezuela pretendia participar em cimeira internacional.
As autoridades da Colômbia anunciaram na segunda-feira à noite que expulsaram o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó do país, onde arranca esta terça-feira uma cimeira internacional sobre a Venezuela.
O Governo colombiano acusou Guaidó de ter entrado no país "de forma não autorizada" e disse que o dirigente oposicionista foi "levado até ao aeroporto El Dorado", em Bogotá, de onde partiu, de acordo com um comunicado.
Uma fonte da oposição venezuelana, que pediu para não ser identificada, disse à agência de notícias France-Presse que Bogotá "obrigou" Guaidó a apanhar um "voo comercial" para os Estados Unidos.
Horas antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Colômbia, Álvaro Leyva, tinha avisado que país iria expulsar Guaidó, por se ter deslocado a Bogotá sem convite.
A posição do Governo colombiano foi dada a conhecer depois de Guaidó anunciar que acabava de "chegar à Colômbia, da mesma maneira que o têm feito milhões de venezuelanos, a pé".
"Vim no marco da cimeira convocada pelo Presidente [colombiano, Gustavo] Petro para esta terça-feira, 25 de Abril, e solicitarei uma reunião com as delegações internacionais que assistirão”, explicou Guaidó, num comunicado divulgado na rede social Twitter.
"Não vou parar de denunciar os crimes que lesam a humanidade cometidos pelo regime de [o Presidente venezuelano Nicolás] Maduro. Exijo a liberdade dos quase 300 presos políticos que permanecem nos calabouços, que deixem de perseguir a minha família, a minha equipa e os que lutam por uma melhor Venezuela. A nossa luta é por eleições livres e pelo respeito pelos Direitos Humanos", acrescentou.
Em 15 de Abril, Petro anunciou a realização de um encontro internacional para promover o reatamento do diálogo entre o Governo e a oposição venezuelana, embora sem a participação das duas partes.
A Colômbia confirmou, na segunda-feira, que Portugal está entre os 20 países convidados para a conferência, assim como Estados Unidos, Brasil, Argentina, Canadá, México, Alemanha, Espanha, França, Itália, Noruega e Reino Unido.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros colombiano, a cimeira vai ainda contar com a presença do chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.
Em 18 de Janeiro, o Governo venezuelano condicionou o reatamento do diálogo com a oposição à devolução dos activos do país que estão bloqueados no estrangeiro e acusou os EUA de continuarem a ameaçar a Venezuela com novas sanções.
Washington respondeu que vai manter intacta a política de sanções até que sejam dados passos concretos para o "regresso da democracia" à Venezuela.