Maria João Pires vai ser membro honorário da Academia Real de Música britânica

A mais internacional das pianistas portuguesas será um dos novos membros desta instituição com 200 anos.

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Maria João Pires no centro artístico de Belgais Sergio Azenha

A pianista portuguesa Maria João Pires está ente músicos e professores a quem a Academia Real de Música britânica vai distinguir na Cerimónia de Graduação de 2023, anunciou esta segunda-feira a instituição.

Maria João Pires vai receber o estatuto de membro honorário, juntamente com a estrela de teatro musical Beverley Knight, o músico de jazz Jamie Cullum, o maestro Jakub Hrusa, a violinista Hilary Hahn e a responsável pelos Estudos Vocacionais da Academia, Kate Paterson.

O compositor James Newton Howard, vencedor de prémios Emmy e Grammy e nomeado nove vezes para um Óscar em 30 anos de carreira, vai ter atribuído um grau honorário.

Entre os trabalhos mais conhecidos estão músicas para os filmes Pretty Woman, The Fugitive, Space Jam, Peter Pan, King Kong ou Fantastic Beasts.

A Academia, que celebrou no ano passado 200 anos, também anunciou que vai acolher como membros vários antigos alunos, como o cantor e compositor Jacob Collier, os cantores de ópera David Butt Philip e Freddie De Tommaso, a professora Susan Hallam, o pianista Simon Lepper e o maestro Jonathon Heyward.

Maria João Pires nasceu em Lisboa, em 23 de julho de 1944. É a mais internacional e reputada dos pianistas portugueses, com um percurso artístico que remonta a finais dos anos 40, quando se apresentou pela primeira vez em público, aos quatro anos.

Entre os prémios conquistados pelo talento artístico contam-se o primeiro prémio do concurso internacional Beethoven (1970), o prémio do Conselho Internacional da Música, pertencente à organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, 1970), o Prémio Pessoa (1989)e o Prémio Eduardo Lourenço (2007).

Em 2019, recebeu o prémio Martha de la Cal/Personalidade do Ano, da Associação de Imprensa Estrangeira, a Medalha de Mérito Cutural do Ministério da Cultura e a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Na década de 1970, o seu nome tornou-se recorrente nos programas das principais salas de concerto a nível mundial e nos catálogos das principais editoras de música clássica: a Denon, primeiro, para a qual gravou a premiada integral das Sonatas de Mozart (1974); a Erato, a seguir, nos anos de 1980, onde deixou Bach, Mozart e uma das mais celebradas interpretações das Cenas Infantis, de Schumann; e depois a Deutsche Grammophon, a partir de 1989.

Maria João Pires fundou, em 1999, o Centro Belgais para o Estudo das Artes, em Escalos de Baixo, Castelo Branco, um projecto educativo, pedagógico e cultural dedicado à música.

Em 2018, o projecto foi renovado e reactivado como Centro de Artes de Belgais, disponibilizando retiros musicais, espaço para actuações e oficinas de música.