Governo já contactou “todos os cidadãos nacionais conhecidos no Sudão”
Fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros mantém que o executivo está a trabalhar “em conjunto com os parceiros da União Europeia” para retirar os cidadãos portugueses no Sudão.
O Governo português continua a trabalhar com os parceiros da União Europeia para assegurar a retirada dos cidadãos portugueses que se encontram no Sudão, tendo entretanto "já contactado todos os cidadãos nacionais conhecidos" naquele país, garantindo que "as diferentes situações estão a ser acompanhadas".
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e o Ministério da Defesa Nacional estão a trabalhar em articulação, juntamente com outros países aliados, com vista à retirada, em segurança, dos cidadãos nacionais que se encontram no Sudão", pode ler-se no curto comunicado enviado às redacções ao início da tarde deste domingo pelo MNE.
Antes, em resposta ao PÚBLICO, fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros referia que o ministério tutelado por João Gomes Cravinho “continua a acompanhar, em permanência, os cidadãos nacionais que se encontram retidos em Cartum, tendo em conta os episódios de grande violência que se registam na capital do país”.
“Este acompanhamento está a ser feito pela embaixada de Portugal no Cairo, pelo cônsul honorário de Portugal em Cartum e pelas estruturas de emergência consular do MNE”, acrescentava, considerando que “as condições no terreno continuam difíceis”.
Numa altura em que, por exemplo, forças especiais norte-americanas executaram uma operação para retirar funcionários do Governo dos Estados Unidos que permaneciam em Cartum, capital sudanesa, o executivo português adianta que estão “a ser estudadas todas as possibilidades de retirada dos cidadãos portugueses, em condições de segurança, e em conjunto com os parceiros da União Europeia presentes no Sudão”.
França e Turquia também já iniciaram operações para retirar os seus cidadãos, ao passo que o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou já neste domingo que as forças armadas britânicas já conseguiram evacuar todo o corpo diplomático que estava na capital, faltando ainda retirar os cidadãos britânicos.
O MNE mantém assim a resposta já dada ao final do dia da última sexta-feira, continuando a não especificar quantos são os portugueses retidos no Sudão.
Serão mais de 20 os portugueses ainda no país, sendo que na passada quarta-feira o cônsul honorário no país, Suliman Abdelmagid, disse ao PÚBLICO que “o número [de portugueses identificados no país] vai aumentar” tendo em conta que vários cidadãos são detentores de dupla nacionalidade (portuguesa e brasileira), o que poderá levar algumas dessas pessoas a recorrerem ao passaporte português como forma de agilizar a saída do Sudão. Este cônsul referia ainda que tendo em conta haver confrontos junto a infra-estruturas essenciais, tais como aeroportos, incluindo o de Cartum (que está encerrado), a retirada aérea dos cidadãos estrangeiros no país seria “impossível”.
A suscitar esta crise no Sudão estão os confrontos em curso entre o Exército regular do país e um grupo paramilitar que há cerca de uma semana anunciou ter tomado o palácio presidencial, a residência do chefe do Exército e o aeroporto internacional.
Apesar de ter sido negociado um cessar-fogo a meio da semana, a Reuters noticiou então que os confrontos entre o Exército sudanês e o grupo rebelde Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa) prosseguiram. Os confrontos continuam no país e, em particular, nas ruas da capital.
Notícia actualizada com nova informação avançada pelo Governo português e com anúncio feito pelo primeiro-ministro britânico