Novas subscrições de Certificados de Aforro atingiram 3,6 mil milhões em Março

Montante aplicado no produto de dívida do Estado, com rentabilidade superior à dos depósitos a prazo, aumentou mil milhões de euros face aos 2,6 mil milhões aplicados em Fevereiro.

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Poupança dos portugueses confiada ao Estado aumenta de forma expressiva Antonio Bronic

Mantém-se a corrida aos Certificados de Aforro (CA), produto de poupança do Estado que actualmente garante uma taxa de remuneração muito superior aos tradicionais depósitos a prazo. Em Março, as novas subscrições ascenderam a 3675 milhões de euros, mais cerca de mil milhões do que os 2664 milhões de euros verificados em Fevereiro.

Desde o início do ano, esta aplicação já atraiu 9353 milhões de euros, grande parte dele por transferência de depósitos para este produto de dívida pública, elevando o stock total para 28.642 milhões de euros, o valor mais elevado desde pelo menos 1998.

A taxa de juro garantida, actualmente de 3,5% brutos, o tecto máximo fixado, explica o forte aumento das novas subscrições, que atingiram em Março o valor mais alto do corrente ano, depois de, em Janeiro, também já terem superado os três mil milhões de euros (3014 milhões de euros).

O aumento crescente das novas subscrições e a taxa atractiva podem levar o Governo a alterar as condições da actual série E, ou, como já aconteceu no passado, a lançar uma nova série, com menor rentabilidade.

Estas semana, o ministro das Finanças, Fernando Medina, já admitiu essa possibilidade: “Teremos de avaliar a forma como as subscrições ocorrem ao longo dos próximos meses”, afirmou esta segunda-feira, admitindo que a preferência dos particulares é explicada “por não encontrarem no mercado uma oferta do ponto de vista da poupança que seja compatível com uma remuneração adequada”. A taxa média dos novos depósitos, para todos os prazos, situou-se em 0,65% em Fevereiro.

A rentabilidade dos CA ficou mais atractiva com a forte subida da Euribor a três meses. A fórmula de cálculo fixa para este produto é composta pela média desta taxa fixada nas últimas dez sessões, até ao antepenúltimo dia útil de cada mês, acrescida de 1%.

À taxa-base podem ainda acrescer prémios de permanência, que na série E, a única que aceita novas subscrições, vão de 0,5% a partir do segundo e até ao quinto ano; e de 1% do sexto ano até à data-limite da “vida” do produto, que é de dez anos.

Os Certificados do Tesouro, que após várias alterações viram cair a sua rentabilidade, captaram apenas nove milhões de euros em Março, e viram sair 643 milhões de euros, boa parte por chegada à maturidade. Os Certificados do Tesouro Poupança Valor, a única série que aceita novas subscrições, garantem uma taxa de juro fixa, que, para a média dos sete anos de duração da aplicação, se situa em 1% brutos. Contudo, a este valor pode acrescer, a partir do terceiro ano, um prémio em função do crescimento médio real do Produto Interno Bruto (PIB), até ao limite de 1,5%.

O stock deste produto caiu para 13.409 milhões de euros.

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