Taxa média dos empréstimos à habitação recentes subiu para 3,5%
No conjunto dos contratos existentes, a taxa média subiu para 2,829%, máximo de Junho de 2009, em consequência do aumento das taxas Euribor.
A taxa de juro dos contratos à habitação celebrados nos três meses entre Dezembro de 2022 e Fevereiro resultou numa subida da média trimestral para 3,507% em Março, mais 9,8 pontos-base (ou 0,098 pontos percentuais) face aos 3,409% registados em Fevereiro. O aumento da taxa de juro no conjunto dos contratos foi ainda mais expressivo: foi de mais 29,7 pontos-base (ou 0,297 pontos percentuais), para 2,829%, o valor mais elevado desde Junho de 2009, revelam os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A subida das taxas implícitas nos contratos de crédito à habitação recentes e nos antigos reflecte, essencialmente, o aumento das taxas Euribor, que mantêm tendência de subida nos últimos meses, e em menor escala a taxa fixa, cujos valores também têm subida nos últimos meses.
O capital médio em dívida do conjunto dos contratos aumentou 166 euros, para 62.699 euros, um valor que compara com 58.723 euros verificados em Março de 2022.
A prestação média da totalidade dos créditos fixou-se em 331 euros em Março, traduzindo uma subida de nove euros face a Fevereiro e de 76 euros (29,8%) comparativamente com Março de 2022. E, deste valor, 148 euros (45%) corresponde a pagamento de juros e 183 euros (55%) a capital amortizado. No período homólogo, a componente de juros representava apenas 16% do valor médio da prestação, que era de 255 euros.
Nos contratos celebrados nos três meses entre Dezembro e Fevereiro de 2023, o valor médio da prestação subiu sete euros, para 576 euros, e o montante médio em dívida foi 125.170 euros, menos 45 euros do que a média trimestral que tinha sido registada em Fevereiro (e relativa ao trimestre de Novembro de 2022 a Janeiro de 2023).
O montante médio em dívida dos novos contratos tem vindo a cair desde Dezembro de 2022, (130.202 euros), a reflectir a aquisição de imóveis por valores mais baixos e o seu financiamento com recurso a poupança ou outro tipo financiamento, como ao consumo.
A tendência das taxas Euribor utilizadas no crédito à habitação continua a ser de subida. Esta quarta-feira, a taxa a seis meses fixou novo máximo desde Novembro de 2008, nos 3,587%. A três meses subiu para 3,205%, e a 12 meses para 3,825%, ambas em máximos de 2008.