Tânia Carvalho continua a sonhar acordada

Após a estreia em França, Versa-vice tem no Festival DDD — Dias da Dança a sua primeira escala em Portugal. Como sempre, não se explica: é a cabeça prodigiosa de uma coreógrafa a emanar energias.

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Rui Palma

A figura é difusa, talvez nem sequer esteja lá: sonhámo-la acordados ou, o que talvez seja muito mais exacto, Tânia Carvalho sonhou-a para nós. Não por acaso, a nova peça da coreógrafa que por estes dias faz a sua estreia nacional no Festival DDD —​ Dias da Dança (este sábado e domingo, Teatro Municipal do Porto —​ Rivoli), antes de seguir para Coimbra (Convento de São Francisco, dia 28), Viseu (Teatro Viriato, 1 de Maio) e Lisboa (Culturgest, 18 a 20 de Maio), esteve para se chamar Onirofrenia, evocando um estado alucinatório induzido pela privação de sono (ou por aventuras psicotrópicas). A tal figura difusa que abre Versa-vice: vimo-la mesmo ou, como nos sugerirá entretanto uma voz palimpséstica, reverberando e refractando um dos poemas ingleses de Fernando Pessoa, “não estava lá nada”?

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