A missão para o FC Porto já não parece impossível

Mesmo sem fazer uma boa exibição, os “dragões” derrotaram o Santa Clara, por 2-1, e reduziram para quatro os pontos que têm de atraso para o Benfica.

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LUSA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO

Em apenas oito dias, o que parecia uma missão impossível deixou de ser um enredo de um qualquer filme de Hollywood. Após impor-se no clássico no Estádio da Luz de forma inequívoca, impedindo assim que o Benfica fizesse o xeque-mate no campeonato, o FC Porto entrou em campo na ronda 28 da I Liga com uma prenda transmontana - derrota das “águias” em Chaves - e, perante um aflito Santa Clara, os “dragões” não rejeitaram o brinde do rival: com uma vitória sem brilhantismo, por 2-1, os portistas reduziram para quatro os pontos que têm de atraso para o primeiro lugar.

Quatro pontos de desvantagem para o Benfica a apenas seis jornadas do final do campeonato seriam, em condições normais, uma enorme dor de cabeça para qualquer adepto do FC Porto. Porém, neste sábado, no Estádio do Dragão, a partir dos 34 minutos, quando Uribe inaugurou o marcador, houve mais regozijo do que lamento por parte dos portistas.

Sem os castigados Taremi e Grujic, e o lesionado João Mário, Sérgio Conceição atacou o duelo com os açorianos com Evanilson no banco (o brasileiro continua a procurar recuperar a melhor forma) e apostou em Toni Martinez como jogador mais adiantado, com Otávio sempre em terrenos próximos do espanhol - Pepê jogou na direita e Galeno na esquerda.

Se para o FC Porto as notícias do dia tinham sido as melhores, para o Santa Clara a vitória do Marítimo contra o Paços de Ferreira deixava a luz ao fundo do túnel ainda mais ténue para os açorianos. A sete pontos do lugar de play-off ocupado pelos madeirenses e oito derrotas consecutivas, a formação de Ponta Delgada entrou no Dragão sem margem de erro e, no início da partida, ainda deixou sinais de que podia causar uma surpresa.

Sem as amarras defensivas apresentadas há duas jornadas em Alvalade, o Santa Clara conseguiu colocar o FC Porto longe da sua baliza nos primeiros 15 minutos. Porém, na primeira ameaça, os “dragões” acertaram na barra (Uribe) e no poste (Martinez).

Mesmo não impondo um ritmo alto e denotando algum nervosismo, os “azuis e brancos” voltaram a estar muito perto do golo aos 24’ (com uma grande defesa, Gabriel Batista impediu que Eustáquio marcasse) e, pouco depois da meia hora, o Dragão respirou de alívio: ingenuamente Ygor Nogueira agarrou Martínez e o espanhol deixou-se cair na área. Na transformação do penálti, Uribe fez o 1-0.

Meia dúzia de minutos depois, Martínez voltou a cair na área e, após consultar as imagens, o árbitro voltou a assinar grande penalidade. Desta vez, foi Otávio que assumiu a responsabilidade, mas o médio não acertou na baliza, perdendo a oportunidade de praticamente sentenciar a partida.

Sem a tranquilidade de um 2-0, os portistas entraram na segunda parte com passividade a mais, permitindo que o Santa Clara conseguisse aproximar-se de forma assídua da área de Diogo Costa. Sentindo que não tinha o jogo sob controlo, Conceição procurou puxar a sua equipa para a frente (Evanilson no lugar de Eustáquio), mas o FC Porto continuou na mesma toada lenta e, com o Santa Clara confiante e a ameaçar empatar, a partir da hora de jogo começaram a ouvir-se assobios.

Porém, numa jogada às três tabelas, as esperanças açorianas ruíram. Aos 80’, Galeno cruzou tenso, MT aliviou de forma deficiente e, de primeira, Namaso fez o 2-0. As dúvidas estavam desfeitas, mas um golo açoriano nos descontos arrefeceu a festa no Dragão.

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