Opus Dei sinalizou cinco casos de abusos sexuais em Portugal
Direcção do Colégio Planalto enviou um comunicado a todos os pais e encarregados de educação sobre denúncias de abusos que envolvem professores da instituição.
O Opus Dei sinalizou cinco casos de abusos sexuais nas suas estruturas em Portugal, dois deles alegadamente cometidos por professores do Colégio Planalto, em Lisboa, avança este sábado o Jornal de Notícias. Os restantes casos estão relacionados com um padre que "não foi possível identificar", um leigo, um monitor de um centro de tempos livres e a um médico.
Após a publicação do relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica em Portugal, os responsáveis do Opus Dei disseram, num comunicado publicado em meados de Fevereiro, que verificaram com "especial preocupação, surpresa e tristeza" que o relatório dava conta de vários abusos na organização.
"Gostaríamos de ter ouvido antes, e agora de ouvir e acolher, essas pessoas e quaisquer outras que tenham passado por alguma experiência negativa ou sofrimento. É muito importante que façam a sinalização junto das autoridades judiciais competentes", lê-se na nota.
O JN avança que, nos últimos dias, a direcção do Colégio Planalto enviou um comunicado a todos os pais e encarregados de educação sobre as denúncias de abusos que envolvem professores da instituição. Além disso, a direcção vai pedir, em breve, que antigos alunos que tenham sido vítimas de abusos ou tenham conhecimento de colegas que o tenham sido para entrarem em contacto com as autoridades responsáveis.
O último testemunho que envolve profissionais do colégio lisboeta, diz ainda o jornal, menciona "toques impróprios" levados a cabo por um colaborador, em contexto não lectivo, por volta do ano de 1990. O Opus Dei garantiu ao JN que a pessoa em causa "não trabalha no colégio há mais de duas décadas".
A Comissão Independente que investigou as suspeitas de casos de abuso sexual na Igreja católica portuguesa validou 512 testemunhos, identificando um "número mínimo" de 4815 vítimas, segundo foi divulgado em Fevereiro.