Vulcão russo entra em erupção com cinzas a 20 quilómetros de altitude

O vulcão Shiveluch entrou em erupção pouco depois da meia-noite desta terça-feira. Cientistas afirmam que a actividade vulcânica acalmou, mas perigo de futuras nuvens de cinzas permanece.

geofisica,ciencia,russia,catastrofes-naturais,vulcoes,geologia,
Fotogaleria
As cinzas cobriram carros e casas nas aldeias próximas do vulcão Shiveluch Instituto de Vulcanologia e Sismologia da Rússia/REUTERS
geofisica,ciencia,russia,catastrofes-naturais,vulcoes,geologia,
Fotogaleria
O vulcão entrou em erupção pouco depois da meia-noite desta terça-feira OLEG BONDARENKO/REUTERS
geofisica,ciencia,russia,catastrofes-naturais,vulcoes,geologia,
Fotogaleria
As cinzas cobriram carros e casas nas aldeias próximas do vulcão Shiveluch OLEG BONDARENKO/REUTERS
geofisica,ciencia,russia,catastrofes-naturais,vulcoes,geologia,
Fotogaleria
ROSCOSMOS/REUTERS

Um dos vulcões mais activos na Rússia entrou em erupção esta terça-feira, lançando uma grande nuvem de cinzas no céu que ameaçou sufocar aldeias em poeiras vulcânicas e provocou um alerta de aviação em torno da península de Kamchatka, no Extremo Oriente da Rússia.

O vulcão Shiveluch entrou em erupção pouco depois da meia-noite, aumentando a intensidade cerca de seis horas depois, quando expeliu uma nuvem de cinzas sobre uma área de 108 mil quilómetros quadrados, de acordo com o Departamento de Investigação em Geofísica de Kamchatka, que pertence à Academia Russa de Ciências.

Caíram rios de lava do vulcão, derretendo a neve e provocando um alerta devido aos fluxos de lama que surgiram numa estrada próxima, enquanto as aldeias eram cobertas por cinzas até 8,5 centímetros de profundidade – o mais profundo dos últimos 60 anos.

“As cinzas atingiram os 20 quilómetros de altura, a nuvem de cinzas moveu-se para oeste e houve uma queda muito forte destas cinzas nas aldeias próximas”, adiantou Danila Chebrov, director do Departamento de Investigação em Geofísica de Kamchatka.

“O vulcão estava a preparar-se para este momento há pelo menos um ano… e o processo continua, apesar de se ter acalmado um pouco agora”, disse Danila Chebrov.

Cerca de 300 mil pessoas vivem na vasta Península de Kamchatka, na Rússia, que está orientada para o oceano Pacífico a nordeste do Japão.

O vulcão, um dos maiores e mais activos de Kamchatka, provavelmente se acalmará agora, diz Danila Chebrov, apesar do alerta de que não pode ser excluída a hipótese de surgirem novamente grandes nuvens de cinzas. Danila Chebrov acrescenta que os rios de lava não devem alcançar as aldeias locais.

Não houve relatos imediatos de vítimas, apesar de os cientistas terem dito que o vulcão ainda estava em erupção 15 horas após o início dessa mesma erupção.

Foto
As nuvens de cinza do vulcão atingiriam mais de oito centímetros de profundida (algo que não acontecia há 60 anos) Instituto de Vulcanologia E SISMOLOGIA DA RÚSSIA/REUTERS

Escolas fechadas e moradores em casa

A Equipa de Resposta a Erupções Vulcânicas de Kamchatka (KVERT) emitiu um alerta vermelho para a aviação, referindo que a “actividade em curso pode afectar os aviões internacionais e que voam a baixa altitude”.

Algumas escolas na Península de Kamchatka, a cerca de 6800 quilómetros de Moscovo, foram fechadas e os moradores receberam ordens para ficar em casa, referiu o responsável da região municipal de Ust-Kamchatsky, Oleg Bondarenko, numa publicação na rede social Telegram.

“Pelo que acabei de ver com os meus próprios olhos, será impossível para as crianças irem à escola e, em geral, a presença de crianças aqui é questionável”, escreveu Oleg Bondarenko. O responsável afirmou que a energia eléctrica dos habitantes já foi restabelecida e que está a ser distribuída água potável.

O vulcão Shiveluch é um dos maiores e mais activos da região e teve cerca de 60 erupções significativas nos últimos dez mil anos – a última grande erupção foi em 2007. Este vulcão tem duas partes principais, a menor das quais – Jovem Shiveluch – esteve extremamente activa ao longo dos últimos meses.

Os investigadores publicaram fotos da nuvem de cinzas a subir rapidamente sob as florestas e rios do leste da região, bem como das aldeias cobertas por cinzas. Um dos cientistas publicou uma foto da profundidade da queda de cinzas (mais de oito centímetros).