Greves na CP levaram à supressão de 30% dos comboios programados até às 8h

Os trabalhadores da CP e a da Infra-estruturas de Portugal estarão em greve durante todo o mês de Abril, exigindo aumentos salariais e a valorização das carreiras.

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Os trabalhadores da CP e da Infra-estruturas de Portugal estarão em greve durante todo o mês de Abril LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

As greves que afectam o serviço da CP – Comboios de Portugal levaram à supressão de 44 dos 146 comboios que estavam programados para o período das 00h00 às 08h00 deste sábado, informou a transportadora. Durante este período, de acordo com a CP, circularam 102 comboios, o que se traduziu numa supressão de 30,1% em relação ao que estava programado.

No serviço de longo curso, não circulou um dos sete comboios previstos, enquanto no regional foram suprimidos 20 dos 48 programados. Já nos urbanos de Lisboa não se realizaram 15 serviços em 57 estimados e, no Porto, não circularam cinco dos 29 programados. Por fim, nos urbanos de Coimbra, circularam três dos cinco comboios que estavam programados.

No total, foram efectuados seis serviços de longo curso, 28 regionais e 68 urbanos.

Depois de vários dias, a greve na CP e na Infra-estruturas de Portugal (IP) irá, agora, realizar-se a partir da oitava hora de serviço.

Além disso, e até final do mês, os trabalhadores da CP cujo período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00h e as 05h vão entrar "em greve a partir da sétima hora de serviço". Também na IP, entre 10 e 30 de Abril, "os trabalhadores cujo período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00h e as 05h, "entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço".

Estas greves foram decretadas por uma plataforma de sindicatos composta pela ASCEF – Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária; o SINFB – Sindicato Nacional dos Ferroviários Braçais e Afins; o SINFA – Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infra-estruturas e Afins; o FENTECOP – Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Públicas; o SIOFA – Sindicato Independente dos Operários Ferroviários e afins; a ASSIFECO – Associação Sindical Independente dos Ferroviários de Carreira Comercial e os STF – Serviços Técnicos Ferroviários.

Também o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) anunciou uma nova greve na CP, durante todo o mês de Abril, face à "atitude de desconsideração" de que acusa a empresa.

Entre as reivindicações dos trabalhadores estão "aumentos salariais efectivos", a "valorização da carreira da tracção" e a melhoria das condições de trabalho nas cabines de condução e instalações sociais e das condições de segurança nas linhas e parques de resguardo do material motor.

É ainda reclamada uma "humanização das escalas de serviço, horas de refeição enquadradas e redução dos repousos fora da sede", um "efectivo protocolo de acompanhamento psicológico aos maquinistas em caso de colhida de pessoas na via e acidentes" e o "reconhecimento e valorização das exigências profissionais e de formação dos maquinistas pelo novo quadro legislativo".