Jornalista norte-americano preso na Rússia formalmente acusado de espionagem

Investigação dos serviços secretos concluiu que Evan Gershkovich, do Wall Street Journal, preso na semana passada estava a recolher informação para os EUA.

Foto
Evan Gershkovich sendo levado pela polícia depois de comparecer em tribunal no dia da sua detenção Reuters/EVGENIA NOVOZHENINA

O jornalista norte-americano Evan Gershkovich, do Wall Street Journal, detido pelas autoridades russas no dia 30 de Março, foi esta sexta-feira acusado formalmente de espionagem.

“A investigação do FSB [serviços de espionagem russos] concluiu com a acusação de Gershkoch por espionagem a favor do seu país. Ele negou categoricamente todas as acusações e afirmou que estava envolvido em actividades jornalísticas na Rússia”, referiu um porta-voz do FSB, citado pela agência de notícias russa TASS.

Gershkovich foi acusado de acordo com o artigo 276.º do Código Penal russo, porque, “seguindo instruções da parte norte-americana, coligiu informação que constitui segredo de Estado sobre as actividades de uma das empresas do complexo militar-industrial russo”.

As autoridades russas detiveram o jornalista, a pedido do tribunal de Lefortovo, na cidade de Ecaterimburgo. Gershkovich andou a recolher informação sobre o Grupo Wagner, propriedade do oligarca Yevgeny Prigozhin, próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, e que enviou mercenários para a Ucrânia.

O último artigo do jornalista, que enfrenta uma pena que pode chegar a 20 anos de prisão, foi publicado no Wall Street Journal a 28 de Março com o título A economia da Rússia está a começar a desmoronar-se.

Gershkovich trabalhou antes para agência de notícias francesa AFP e para o diário russo em língua inglesa The Moscow Times. Também publicou no New York Times, na Economist, na MIT Technology Review, Foreign Policy e Politico Europe, entre outros media, de acordo com a sua página na Internet.

Sugerir correcção
Comentar