Greve na CP suprimiu 711 comboios em 990 programados

A maioria dos comboios programados para esta quinta-feira foi suprimida devido à greve dos trabalhadores da CP e da IP. Os protestos vão manter-se durante todo o mês de Abril.

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Os trabalhadores da CP e da IP estarão em greve durante todo o mês de Abril Matilde Fieschi

A greve da CP levou, esta quinta-feira, à supressão de 711 dos 990 comboios programados entre as 00h e as 18h, a maior parte nos urbanos de Lisboa e Porto e no serviço regional, de acordo com a informação disponibilizada pela CP – Comboios de Portugal.

Assim, foram efectuados apenas 279 comboios, um número inferior aos serviços mínimos previstos, de 283, indicou a CP.

Segundo a informação divulgada, entre a meia-noite e as 18h, dos 468 comboios programados nos urbanos de Lisboa foram suprimidos 334, e dos 199 programados nos urbanos do Porto apenas se fizeram 57. Nos urbanos de Coimbra estavam previstas 27 ligações e apenas sete foram cumpridas.

Já no serviço regional, dos 237 previstos foram suprimidos 172. No serviço de longo curso realizaram-se 16 das 59 viagens previstas.

Vários sindicatos deram início, no passado dia 28 de Março, a novas greves no sector ferroviário, que abrangem a Infra-Estruturas de Portugal (IP) e a CP até ao final do mês. Depois de vários dias em greve entre as 00h e as 2h, os trabalhadores cumprem, esta quinta-feira, uma paralisação de 24 horas. Já a partir de sexta-feira, e até 30 de Abril, a greve na IP e na CP será a partir da oitava hora de serviço.

Além disso, até ao final do mês, os trabalhadores cujo da CP cujo “período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00h e as 5h entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço”. Já na IP, entre 10 e 30 de Abril, “os trabalhadores cujo período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 0h e as 5h entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço”.

Estas greves foram decretadas por uma plataforma de sindicatos composta pela ASCEF Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária; o Sinfb Sindicato Nacional dos Ferroviários Braçais e Afins; o Sinfa Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infra-estruturas e Afins; o Fentecop Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Publicas; o SIOFA Sindicato Independente dos Operários Ferroviários e Afins; a Assifeco Associação Sindical Independente dos Ferroviários de Carreira Comercial e os STF Serviços Técnicos Ferroviários.

Também o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos-de-Ferro Portugueses (SMAQ) acabou por anunciar uma nova greve na CP, durante todo o mês de Abril, face à “atitude de desconsideração” de que acusa a empresa.

Entre as reivindicações dos trabalhadores estão “aumentos salariais efectivos”, a “valorização da carreira da tracção” e a melhoria das condições de trabalho nas cabinas de condução e instalações sociais e das condições de segurança nas linhas e parques de resguardo do material motor.

É ainda reclamada uma “humanização das escalas de serviço, horas de refeição enquadradas e redução dos repousos fora da sede”, um “efectivo protocolo de acompanhamento psicológico aos maquinistas em caso de colhida de pessoas na via e acidentes” e o “reconhecimento e valorização das exigências profissionais e de formação dos maquinistas pelo novo quadro legislativo”.