Francisca Guedes de Oliveira: “Há um problema de concorrência que complica o funcionamento do sistema bancário”

Francisca Guedes de Oliveira chegou à administração do Banco de Portugal a 1 de Janeiro, com a responsabilidade da supervisão comportamental, o fiel da balança entre clientes e bancos.

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Francisca Guedes Oliveira, administradora do Banco de Portugal NELSON GARRIDO

O número de reclamações dos clientes bancários subiu quase 13% em 2022, “mostrando bem a pressão crescente para a supervisão comportamental do Banco de Portugal”. A declaração é de Francisca Guedes de Oliveira, administradora do Banco de Portugal (BdP) com esse “pelouro". E num ano em que o supervisor apertou a fiscalização, os bancos foram obrigados a devolver cerca de três milhões de euros aos clientes por cobranças indevidas. “É muito dinheiro”, reconhece a nova administradora, doutorada em Economia, com especialização em Economia Pública, pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, em entrevista ao PÚBLICO. A recém-chegada ao supervisor reconhece que “há um problema de concorrência que às vezes complica um bocadinho o funcionamento do sistema”. Os desafios que tem pela frente são muitos. O contexto não é favorável às famílias com crédito à habitação e os maiores bancos não dão sinal de redução de comissões, nem de subida significativa das taxas dos depósitos. Do lado dos bancos destaca vários constrangimentos, como “o proliferar de legislação”.

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