Este sábado, o mundo desliga as luzes para a Hora do Planeta

A iniciativa acontece este sábado, dia 25 de Março, às 20h30, em 187 países. Mais do que desligar as luzes por uma hora, pede-se tempo para pensar no planeta.

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O Coliseu de Roma com as luzes apagadas durante a Hora do Planeta em 2017 STEFANO RELLANDINI/REUTERS

Este sábado, dia 25 de Março, às 20h30, pede-se que as luzes de monumentos e casas estejam desligadas durante 60 minutos. Durante a hora “às escuras”, a World Wide Fund for Nature (WWF) pede “a todos que dediquem 60 minutos a fazer algo positivo para o planeta”, lê-se no site da organização não-governamental (ONG).

O destaque deste ano é para “a perda da natureza e a crise climática”. A uma escala global, a ONG espera que o projecto inspire a acção e a defesa de “mudanças urgentes”.

A iniciativa é desenhada não só para os indivíduos, mas também para empresas, líderes comunitários, vilas ou cidades – todos são convidados a fazer parte do que a WWF descreve como o “maior momento da Terra, para a Terra”.

Em Portugal, 57 municípios vão integrar a Hora do Planeta e vão apagar as luzes de monumentos e edifícios públicos. Juntam-se também 39 organizações e sete empresas.

Este dia foi celebrado pela primeira vez em 2007 em Sydney, na Austrália. Ao longo dos anos, o que começou numa cidade “espalhou-se para mais de 187 países” segundo a WWF.

Dedicar apenas uma hora ao planeta não é suficiente para combater e resolver os efeitos das alterações climáticas, explica a associação, mas é uma forma de criar envolvimento do público na preocupação pelo planeta e no activismo climático.

“Cidadania activa e afectiva”

Este ano, a Hora do Planeta vai além do apagão. Entre as 20h30 e as 21h30, a WWF pede que o foco das pessoas seja no planeta. Os indivíduos podem “criar o seu próprio evento”, sozinhos ou com família ou amigos, e dedicar-se a fazer algo de positivo pelo planeta.

A ONG sugere que se pense na alimentação: “O que produzimos para comer representa cerca de 29% de todas as nossas emissões de carbono”, para ajudar na descarbonização.

No guia Eat4Change, ficam algumas dicas de pequenas mudanças nos hábitos alimentares para fazer a diferença. Entre elas:

  • Evitar alimentos processados;
  • Escolher produtos locais, da época e frescos;
  • Reduzir a proteína animal e privilegiar a qualidade;
  • Evitar o desperdício;
  • Conhecer a origem dos produtos;
  • Fazer uma alimentação o mais variada possível.

Há ainda um peddy paper no Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa, que abordará várias questões relacionadas com a protecção do planeta, desde a alimentação, aos oceanos e pescas, às florestas e vida selvagem e à água doce.

As empresas e organização também estão a aderir à Hora do Planeta. O Hotel Ritz em Lisboa marca o Dia do Planeta ao desligar, durante uma hora, os néones azuis no telhado do hotel num "momento simbólico de reflexão sobre as alterações climáticas", explica Guilherme Costa, director-geral do hotel.

Caminha é também um dos municípios comprometidos à hora do planeta. Durante 60 minutos, vai desligar a luz de dez monumentos, mas não se fica por aí. Vai também ter um projecto que vai distribuir gratuitamente compostores domésticos e baldes para resíduos orgânicos, bem como oferecer uma formação de como reduzir o lixo orgânico nos resíduos indiferenciados e promover a reintrodução destes compostos no solo.

A comunidade Friends of Glass lança um desafio aos portugueses: usar esta hora para separar, de forma correcta, as embalagens de vidro que têm por casa. Mas "nem tudo o que é vidro deve ser depositado no vidrão", avisam. Para impulsionar e ajudar a concretizar a sua proposta, a associação sem fins lucrativos deixa cinco dicas:

  1. Distinguir e separar as embalagens que podem ser colocadas no vidrão. É importante não confundir vidro com cerâmica e porcelana. Espelhos, lâmpadas, vidraças e loiça em geral não podem ser depositados no vidrão.
  2. Não é preciso lavar as embalagens usadas. As embalagens devem apenas ser esvaziadas, não é preciso gastar um bem escasso como a água para as lavar.
  3. Não é preciso tirar tampas e rótulos. Durante a preparação da reciclagem podem remover as tampas, rótulos e caricas e dar-lhes o seu destino de reciclagem.
  4. As lâmpadas devem ser colocadas no depósito específico da Rede Electrão.
  5. Atenção aos frascos de medicamentos. Resíduos de fármacos devem ser entregues em unidades de recolha, como farmácias.