Incêndio em navio com combustível na Foz do Douro já está controlado

Alerta foi dado às 15h24 e incêndio já está controlado. Ainda não se apurou o que esteve na sua origem.

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O incidente ocorreu na Foz do Douro ESTELA SILVA/Lusa

O navio Greta K, que transporta "óleo e produtos químicos", incendiou-se esta terça-feira ao largo do Porto, na zona da Foz do Douro. A situação está controlada mas o incêndio continua activo, de acordo com a Marinha.

O alerta para o incêndio foi dado às 15h24, segundo a página da Protecção Civil. A Marinha diz em nota de imprensa que o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Lisboa foi alertado para um incêndio "no navio-tanque Greta K, com a bandeira de Malta, que se encontrava a navegar a cerca de uma milha e meia da costa, cerca de três quilómetros, junto à praia dos Ingleses".

A resposta ao alerta foi dada pela Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), que colocou "rapidamente no local três navios-rebocadores a ajudar no combate ao incêndio". A Capitania do Porto do Douro e de Leixões enviou duas embarcações de resgate.

A bordo do navio estavam 19 pessoas, todas de nacionalidade filipina, de acordo com a nota de imprensa divulgada. Destes tripulantes, 12 foram resgatados "por embarcações das Estações Salva-vidas de Leixões, de Póvoa de Varzim e do Comando-local da Polícia Marítima de Leixões", com os restante sete a continuar a bordo do navio, que está a ser rebocado para "uma zona afastada da costa".

A Marinha adianta que o Greta K tem a bordo "gasóleo e combustível destinado a aviões (jet fuel)" e acrescenta que não tem crude. Acrescenta que a Autoridade Marítima Nacional está a "reforçar o material e as equipas de combate à poluição para alguma eventualidade de foco de poluição".

Ainda não foi apurado o que terá estado na origem do incidente.

Incêndio deflagrou na casa das máquinas do navio, diz especialista

O investigador da Universidade do Porto Bordalo e Sá, director do curso de Ciências do Meio Aquático, adiantou à Lusa que o incêndio deflagrou na casa das máquinas, na parte de trás do barco.

“O incêndio deflagrou na parte de trás do barco, ou seja, na ré, onde está a casa das máquinas. Tudo indica que efectivamente o incêndio deflagrou na casa das máquinas, sem atingir os tanques de combustível”.

Segundo explicou Bordalo e Sá, antigamente os combustíveis eram produzidos na refinaria de Leixões, mas a refinaria encerrou e agora esse material tem de vir de outro lado.

Questionado pela Lusa sobre se tem conhecimento sobre se houve algum derrame para o mar, Bordalo e Sá afirmou que se tiver havido algum derrame foi “muito limitado”

“Para já, se houve derrame foi muito limitado, ainda não é visível, e, em princípio, não haverá. Mas já temos aqui na zona onde estamos – na Foz do Douro, perto da Praia dos Ingleses o cheiro a combustível o que mostra que o navio não está completamente estanque”, disse Bordalo e Sá, acrescentando que o cheiro pode ser fruto do incêndio, porque está a arder a parte de trás do navio, a zona da casa das máquinas, que tem ligação directa aos depósitos de combustível da locomoção do navio.

Segundo explicou, o navio tem dois tipos de depósitos. Um para alimentar os seus motores e outro para o transporte dos produtos refinados.

“Seja como for, um produto refinado, se for derramado, tem consequências ambientais trágicas, mas de menor dimensão do que se for petróleo bruto”.

Pelas 18h, o incêndio estava a ser combatido com jactos de água que estavam a ser lançados não só sobre a casa das máquinas, mas também nas tampas dos depósitos para arrefecer, acrescentou.

“O pior que podia acontecer era uma ignição secundária”, disse, explicando que poderia ser provocada pelo aquecimento de toda a infra-estrutura. Tentar arrefecê-la é um procedimento correcto que faz parte dos planos de contingência quando há este tipo de acidentes.

Questionado sobre quem estava a combater as chamas, Bordalo e Sá disse que eram os serviços próprios do porto de Leixões, que tem “pessoal altamente especializado neste tipo de acontecimentos”.

Notícia actualizada às 20h35 com informações sobre a ocorrência e com as declarações de Bordalo e Sá.