Nuno Borges e o triunfo em Arizona: “Grande dia para mim, mesmo!”

Tenista da Maia consolida o estatuto de número um português ao subir à 68.ª posição do ranking mundial.

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Nuno Borges com o troféu ganho no Arizona DR

Nuno Borges chegou a Phoenix no 80.º lugar do ranking e com nove vitórias consecutivas no Challenger Tour, três semanas depois do triunfo em Monterrey, o mais importante da carreira… até este domingo. Com mais uma excelente exibição na final, Borges conquistou o Arizona Tennis Classic, o primeiro challenger da categoria 175 na história da ATP. E garantiu um novo máximo pessoal no ranking: 68.º lugar.

“Foi simplesmente incrível, nem sei o que dizer. Nunca imaginei que podia ser melhor que em Monterrey. Já estava confiante para disputar o qualifying deste torneio e à última hora acabo por entrar no quadro, jogo com o [Diego] Schwartzman, ronda muito complicada logo no início, e depois foi jogo a jogo; comigo é sempre assim, focado em cada jogo, de mente aberta, pronto para o que der e vier e as coisas acabaram por acontecer. Não joguei um ténis perfeito, mas é de louvar a forma como enfrentei as coisas, como mantive a cabeça durante todo o torneio e quando estou assim tenho melhores hipóteses de vencer”, admitiu Borges.

No derradeiro encontro deste fortíssimo challenger, o número um português no ranking mundial venceu o russo Alexander Shevchenko (132.º), por 4-6, 6-2 e 6-1. “As finais são para ganhar e senti-me muito bem fisicamente para aquilo que tenho estado a competir, poucas mazelas, boa energia e o facto de estar a jogar muitos encontros e passar tanto tempo em campo ajudou-me e a verdade é que tive dois dias off entre a primeira e a segunda ronda e ajudou-me a recuperar a 100% e, hoje, teve influência”, explicou Borges.

O primeiro set foi decidido num par de break-points; Borges não concretizou aquele que teve a favor, Shevchenko aproveitou o seu. Mas, após o break para 4-2 no segundo set, o domínio de Borges foi total, confirmando que o antigo atleta da Mississippi State University se sente completamente à vontade nos hardcourts dos EUA.

“Não podia estar mais contente, o primeiro 175 que alguma vez aconteceu e eu ganhei, com estrelas do ténis metidas lá no meio e olhando agora para a lista de jogadores inscritos, custa a acreditar que eu e o Shevchenko fossemos à final e que eu fosse ganhar. Mas o ténis é mesmo assim. Grande dia para mim, mesmo”, concluiu.

Na jornada dupla de sábado, Borges derrotou o australiano Alexei Popyrin (101.º mundial), por 7-5, 6-7 (4/7) e 6-3, e, poucas horas depois, afastou o alemão Jan-Lennard Struff (134.º), por 6-4, 6-2, eliminando o antigo 29.º mundial, em 67 minutos.

“Foi um dia muito duro. Joguei muito bem no meu segundo jogo, não acusei muito o cansaço, ao contrário do meu adversário que fez alguns serviços-rede para encurtar os pontos. É uma ocasião rara em torneios challenger ter de repetir jogos no mesmo dia, mas senti-me muito bem”, resumiu Borges.

Shevchenko está também a atravessar o melhor momento da carreira. O russo de 22 anos é treinado pelo experiente Gunter Bresnik – que trabalhou anteriormente com Boris Becker, Patrick McEnroe, Dominic Thiem e Gael Monfils –, surgiu no quadro através do qualifying e, tal como Borges, vinha de uma jornada dupla fisicamente exigente, em que eliminou o tenista mais cotado da prova, o italiano Matteo Berrettini (23.º), por 6-4, 3-6, 6-3, e, à tarde, ultrapassou o francês Quentin Halys (81.º), por 6-7 (3/7), 6-4 e 6-3, encontro que terminou com cãibras. Daí ter sido natural a quebra física de Shevchenko a meio do segundo set.

Na próxima semana, Borges vai disputar o qualifying do Miami Open, onde figura como cabeça de série n.º 1 e onde vai reencontrar o norte-americano Steve Johnson (137.º), que conseguiu vencer, por duas vezes, no mês passado, em Delray Beach.

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