Vinte e cinco blocos de parto vão ter 20 milhões de euros para obras e equipamento
Foram seleccionadas 25 das 33 candidaturas a financiamento para modernização de blocos de parto em hospitais públicos.
Vinte e cinco blocos de parto vão receber 20 milhões de euros do Governo para obras e equipamentos, mesmo alguns dos quais a comissão de peritos admitia que encerrassem, como os do Barreiro e da Póvoa do Varzim.
Segundo a informação divulgada esta sexta-feira pela Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a maior fatia dos 20 milhões - uma verba que duplicou, tal como tinha anunciado no início do mês o ministro da Saúde - vai para o Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Norte (Hospital de Santa Maria), que receberá mais de três milhões de euros.
Entre as unidades seleccionadas das 33 candidaturas estão os blocos de parto do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, que receberá 836.954 euros, e o Centro Hospitalar Póvoa Varzim-Vila do Conde (520.688 euros), que eram dois dos hospitais com blocos de partos que a comissão de peritos admitia que podiam encerrar "temporariamente ou definitivamente", por apresentarem dificuldades na constituição das equipas.
Quando foi ouvido em Janeiro na Comissão Parlamentar de Saúde, o coordenador da Comissão de Acompanhamento de Resposta em Urgência de Ginecologia, Obstetrícia e Bloco de Partos, Diogo Ayres de Campos, disse que o relatório elaborado pelos peritos e entregue à tutela era "um documento técnico" para a criação da rede de referenciação hospitalar nesta área, que ainda seguiria para discussão pública.
Nas declarações aos deputados, explicou que no final do documento havia uma lista de seis hospitais com cuidados de ginecologia e obstetrícia (Castelo Branco, Guarda, Famalicão, Póvoa de Varzim, Barreiro e Vila Franca de Xira) que, por apresentarem dificuldades nas equipas, nomeadamente falta de profissionais, se admitia que pudessem encerrar "temporariamente ou definitivamente" se tal não implicasse riscos adicionais do ponto de vista técnico.
De acordo com a informação agora divulgada pela Direcção Executiva do SNS, foram seleccionadas para este investimento 25 instituições, correspondendo a um total de 20.661.174,16 euros (com IVA), sendo que 661.174,16 euros "correspondem a apoios externos que as candidaturas obtiveram, nomeadamente de autarquias e outras entidades".
A nota acrescenta que foram submetidas candidaturas referentes a projectos de 33 instituições hospitalares com blocos de parto e sublinha que, em relação aos hospitais do SNS potencialmente elegíveis, 89% concorreram. Refere igualmente que os blocos de partos que não concorreram "possuem projectos já iniciados ou a iniciar, com financiamento associado a partir de outros programas".
Os valores das propostas corresponderam a cerca de 36 milhões de euros, metade dos quais para renovação das infra-estruturas e o restante para equipamento médico.
As despesas elegíveis no âmbito deste programa incluíam aquisição de equipamentos para os blocos de parto e de serviços, nomeadamente estudos e projectos de intervenção infra-estrutural nos blocos de parto e intervenções infra-estruturais para cumprimento dos programas funcionais aprovados, explica a nota.
Depois de Santa Maria, as unidades que mais verbas recebem são o Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), com mais de 2,8 milhões de euros, e o Centro Hospitalar Lisboa Central (Maternidade Alfredo da Costa), com quase dois milhões.
Entre as várias unidades seleccionadas estão ainda os centros hospitalares de Lisboa Ocidental (Hospital São Francisco Xavier) e do Algarve, cada um deles receberá mais de 1,4 milhões de euros, e a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, com mais de 1,1 milhões.
As unidades locais de saúde de Matosinhos (943,6 mil euros) e de Castelo Branco (mais de 737 mil euros), assim como os centros hospitalares do Oeste (401 mil), Leiria (467 mil) e Vila Nova de Gaia-Espinho (255 mil) também vão entrar em obras.
A lista contempla ainda, entre outros, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (587 mil euros), o Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (219 mil) e o Hospital Garcia de Orta, em Almada (380 mil).
No comunicado, a Direcção Executiva do SNS refere que esta "é uma aposta séria" na qualificação das infra-estruturas e dos respectivos equipamentos dos blocos de parto e garante que será realizada ainda este ano.