Falência do SVB deixa bolsas no vermelho
Apesar de as autoridades norte-americanas terem assegurado a protecção dos depósitos dos clientes do falido Silicon Valley Bank (SVB), as bolsas europeias abriram esta segunda-feira a perder, receando que os efeitos da queda do banco se espalhem pelo restante sector financeiro.
A falência do SVB, com sede na Califórnia, foi decretada na sexta-feira, depois de uma corrida em massa aos depósitos, durante dois dias, por parte dos seus clientes, maioritariamente start-ups do sector tecnológico. A situação de liquidez do banco deteriorou-se de tal forma e num ritmo tão acelerado que as autoridades norte-americanas optaram por encerrar o banco.
A decisão tem criado alguma instabilidade nos mercados financeiros nesta segunda-feira. O Stoxx 600, que serve referência para a Europa, estava a cair 1,8% no início da manhã e, pelas 11h30, a queda era de 1,69%.
Olhando para os vários índices das praças europeias, o alemão Dax recuava 2,03%, o francês CAC-40 desvalorizava 1,79%, o índice espanhol Ibex 35 recuava 2,60%, o italiano FTSE Mib 1,55%, e o britânico FTSE 100 recuava 1,63%. Em Portugal, o PSI caía mais de 2%.
O sector da banca é o que está a perder mais, com o índice europeu a recuar mais de 4%. O Commerzbank e o Credit Suisse estavam entre as instituições financeiras mais penalizadas.
No Reino Unido, as acções do HSBC caíram 2,6%, depois de o maior banco europeu ter anunciado a compra da subsidiária britânica do SVB, pela quantia simbólica de uma libra (1,13 euros).
A operação, aceite pelo governo britânico e pelo Banco de Inglaterra, foi anunciada nesta segunda-feira através de um comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong, onde o HSBC está cotado.
Na prática, anunciou o director-executivo do HSBC, Noel Quinn, “os clientes do SVB no país podem continuar a fazer transacções bancárias como de costume, com a certeza de que os seus depósitos estão garantidos pela força, segurança e protecção do HSBC”.
Na Ásia, o índice japonês para o sector da banca (Topix) recuou 4%, enquanto os maiores bancos de Singapura estavam a perder à volta de 1%.
Durante o fim-de-semana, o Departamento do Tesouro, a Reserva Federal (Fed) e a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) anunciaram que os clientes norte-americanos terão acesso a todo o dinheiro depositado no SVB.
Com este plano, avançaram as três autoridades, os contribuintes norte-americanos "não assumirão as perdas" do banco e os depósitos serão protegidos para "facultar o acesso ao crédito por parte das famílias e das empresas".
Entretanto, o presidente dos Estado Unidos, Joe Biden, garantiu que os responsáveis do SVB serão responsabilizados e prometeu manter “um sistema bancário resiliente”.
Tratamento semelhante será dado ao Signature Bank, com sede em Nova Iorque, que também encerrou.