Guterres sublinha a “importância crucial” de renovar acordo de cereais da Ucrânia

Secretário-geral da ONU deslocou-se a Kiev para se encontrar com Volodymyr Zelensky. Rússia pede cumprimento do acordo relativo às exportações dos seus fertilizantes.

i-video
Guterres visita Kiev para pedir extensão de acordo de cereais do mar Negro

Faltam dez dias para expirar novamente o acordo que permite a exportação de cereais da Ucrânia e o secretário-geral da ONU diz ser “de importância crucial” a sua renovação.

O acordo, sublinhou António Guterres em visita a Kiev, “permitiu a exportação de 23 milhões de toneladas de cereais a partir de portos ucranianos” e “contribuiu para baixar o custo dos alimentos globalmente”. Por esse motivo, argumentou, “a exportação de alimentos e fertilizantes ucranianos, mas também russos, é essencial para a segurança alimentar mundial e para os preços da comida”.

Formalmente conhecido como Iniciativa de Cereais do Mar Negro, o acordo foi assinado pela Ucrânia e pela Rússia em Julho do ano passado, em Istambul, com a mediação da Turquia e das Nações Unidas. O entendimento renova-se automaticamente a cada quatro meses se nenhuma das partes se opuser. A primeira renovação aconteceu a 19 de Novembro e a próxima está prevista para 18 de Março.

Mas a Rússia tem-se queixado com frequência que um outro acordo assinado na mesma data – relativo à exportação de produtos agrícolas e fertilizantes russos – continua por cumprir. Há poucos dias, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo afirmou que mais de 200 mil toneladas de fertilizantes estavam retidas em portos da Letónia, Lituânia, Estónia e Países Baixos, países que impuseram sanções a Moscovo.

Num balanço dos acordos feito em meados de Janeiro, a ONU dizia que a exportação de amoníaco, fundamental para a produção de fertilizantes, “ainda não tinha começado” porque as partes “ainda não chegaram a entendimento”. E sublinhava que apenas “a implementação total de ambos os acordos sobre exportações sem obstáculos de alimentos e fertilizantes ucranianos e russos” permitiria lidar com a “potencial crise de disponibilidade alimentar em 2023, potenciada pelos preços continuamente altos dos fertilizantes”.

Uma fonte diplomática turca disse à agência russa Tass que “a Turquia está a trabalhar muito para que a Iniciativa seja prolongada e que as exigências de todas as partes, incluindo as da Rússia, sejam atendidas”.

Sugerir correcção
Comentar