Como criar uma minifloresta? Passo 5: planeia a rega

Durante 12 dias, o Azul vai mostrar, passo a passo, como criar uma minifloresta. O projecto foi pensado para inspirar as escolas, mas pode ser uma “semente” lançada em qualquer lugar.

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A gilbardeira é um arbusto perene que pode durar até 25 anos Renata Reynaud

Terminado o capítulo Sonha e Observa, passamos à fase seguinte. Os próximos três primeiros passos para a criação de uma minifloresta fazem parte de um capítulo com o título: Planeia e Recolhe. Depois de desenhar a floresta, os investigadores recomendam planear a rega.

Porquê?

Nos primeiros meses quentes e secos - até aos dois, três anos - a rega é fundamental para aumentar a taxa de sobrevivência e o crescimento das plantas, sobretudo em climas mediterrâneos. Com a rega, promovemos a humidade do solo e, assim, um maior crescimento radicular das plantas, um aumento do número de bactérias, fungos e das respectivas conectividades no solo. O objectivo não é criar uma minifloresta dependente de elevados níveis de humidade nos meses secos. Queremos evoluir para um sistema adaptado às condições climáticas actuais e futuras. Pretendemos acelerar a sucessão ecológica nos primeiros anos, os mais críticos após a plantação, para um estado onde a rede de copas e raízes regulem o ciclo hidrológico de forma autónoma. Assim, é importante planear uma rega adequada em frequência e abundância de água, perspectivando o seu fim.

Como?

Queremos garantir uma rega uniforme. Ao instalar um sistema de rega, é importante ter em conta o alcance da água dos aspersores e o próprio crescimento das plantas, que irá criar barreiras à dispersão da água. Queremos maximizar a eficiência da rega, disponibilizando água apenas às raízes das plantas que escolhemos. Dependendo do solo e da profundidade média da rizosfera das nossas plantas, é expectável que o crescimento em profundidade seja proporcional à sua altura. Assim, queremos evoluir de regas curtas e muito frequentes para regas longas e esporádicas, para que a água penetre as camadas inferiores do solo. Se a plantação ocorrer nos primeiros meses do ano, o esquema de rega poderá ser:

  1. Regar durante 30 minutos, em dias alternados, durante o primeiro mês;
  2. Regar durante 40 minutos a cada três dias, entre o segundo e o sexto mês;
  3. Regar 60 minutos a cada cinco dias a partir do sétimo mês;
  4. Deixar de regar após dois anos.

Esta proposta está altamente dependente das condições meteorológicas (temperatura, precipitação e vento). Os melhores indicadores são a humidade do solo a várias profundidades e a saúde (verdura) das plantas. É fulcral que o solo não esteja sempre muito húmido e, muito menos, encharcado - as plantas podem morrer por falta de ar no solo ou pelo aparecimento de fungos nefastos.

Recursos:

  • Sistema de rega (idealmente por aspersão);
  • Programador (opcional);
  • Caderno;
  • Caneta.

Atenção! Equacionem adquirir um programador para instalar no sistema de rega e garantir rega automática durante o verão e as pausas lectivas.


Este guia foi promovido pela ONGD VIDA, no âmbito do projecto “1Planet4All Empowering youth, living EU values, tackling climate change” com o financiamento da União Europeia (DEAR Programme) e do Camões, I.P. Facilitado pela 2adapt, em colaboração com Laboratório Vivo para a Sustentabilidade (FCUL), HortaFCUL, Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira, Instituto dos Pupilos do Exército, URBEM, TOMA