Benfica chega aos “quartos” em grande estilo
“Encarnados” confirmam apuramento na Liga dos Campeões com nova vitória sobre o Club Brugge, desta vez por 5-1.
Tudo o que já tínhamos visto há duas semanas em campo, voltámos a ver na noite desta terça-feira na Luz. O Benfica voltou a ser muito melhor que o Club Brugge e mereceu em pleno a qualificação para os quartos-de-final da Liga dos Campeões. Depois de um 0-2 na primeira mão, os “encarnados” voltaram a triunfar, desta vez por 5-1, garantindo um lugar entre os oito melhores da Champions, tal como já acontecera na época passada, e garantindo um recorde de ganhos – chegaram aos 72 milhões de euros.
Os belgas acabaram por ser um verdadeiro “petisco” para a equipa de Roger Schmidt no conjunto das duas mãos, bem longe da imagem que deixaram na fase de grupos – que incluiu uma visita a Portugal e uma goleada ao FC Porto (0-4), e mais de acordo com o momento actual (apenas duas vitórias nos 11 jogos antes deste encontro na Luz).
Igual a si próprio, o Benfica não ficou à espera do “tudo ou nada” da equipa belga (que foi igual a nada) e, enquanto não marcou, não descansou.
Logo aos 2’, celebrou-se efusivamente um golo artístico de João Mário, um toque de calcanhar certeiro após cruzamento de Bah, mas o lance seria anulado por fora-de-jogo de Gonçalo Ramos no momento em que iniciou a jogada. Neste momento deu para ver duas coisas: um Benfica com vontade de atacar; e um Club Brugge a tentar jogar com uma defesa subida para contrariar o ataque dos “encarnados”. O plano de Scott Parker, treinador britânico a prazo nos belgas, iria falhar espectacularmente.
Na resposta ao não-golo de João Mário, o Club Brugge esteve mais perto do que nunca de chegar ao golo em toda a eliminatória. Aos 3’, numa bola bombeada por Nielsen, o capitão Vanaken viu-se sozinho no coração da área, mas o cabeceamento do belga saiu ao lado da baliza de Vlachodimos.
O Benfica nunca deixou de estar no controlo e, aos 15’, Florentino esteve perto de meter a bola na baliza de Mignolet, após bela assistência de João Mário – que talvez estivesse fora-de-jogo, mas nada foi assinalado. Ainda houve mais duas aproximações de perigo relativo do Brugge, mas nada de muito aflitivo.
Os belgas pareciam um pouco mais confiantes, a cavalgar na ilusão de que esta era uma eliminatória equilibrada, mas, quando chegou o intervalo, já estavam de cabeça baixa e braços caídos. Aos 38’, Ramos desmarca-se pela esquerda, tira um adversário do caminho e mete a bola em Rafa. O avançado “encarnado” faz o mesmo a um par de defesas e, de pé direito, marca o 1-0 na Luz, o 100.º golo marcado pelo Benfica esta temporada.
Ainda antes do intervalo, o Benfica chegou à tranquilidade absoluta neste embate, se é que não estava já nesse estado. No segundo minuto da compensação, Ramos recebeu uma bola no limite da pequena, também se divertiu um pouco com os defesas belgas e fez o 2-0.
Depois de assistir para o 100.º golo, o internacional português marcava o 101.º e ainda iria marcar o 102.º logo a abrir a segunda parte. Bela jogada entre Aursnes e Grimaldo, com o lateral espanhol a fazer aquilo que faz bem, assistir para mais um golo de Ramos.
Mas os “encarnados” não ficaram por aqui. Depois de um derrube de Sylla a Gilberto dentro da área, João Mário avançou para a marca dos 11 metros e confirmou a goleada. E para ser uma mão cheia de golos, David Neres arrancou mais um belo golo aos 78', numa jogada que meteu Ramos, Rafa e ainda um passe de morte do jovem Neves.
Ainda houve tempo para uma minúscula consolação para a formação belga, o de não ficar a "zeros" na eliminatória - Bjorn Meier conseguiu um belo remate aos 87' e Vlachodimos nem se mexeu.
Mas o golo do Club Brugge não beliscou a noite de gala do Benfica a fechar o apuramento, uma equipa séria e esfomeada que devorou o petisco belga sem qualquer piedade. A partir daqui, todos os adversários são tubarões indesejáveis, mas o Benfica parece estar preparado.