Weyes Blood de regresso a Portugal para dois concertos

A autora de Titanic Rising apresenta o seu álbum mais recente, And in the Darkness, Hearts Aglow, em Outubro, em Lisboa e no Porto.

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Weyes Blood regressa depois de, no último par de anos, ter editado dois álbuns consagrados Neelam Khan Vela

A subida tem sido meteórica. Pelo menos desde o terceiro álbum, Front Row Seat to Earth (2016), que Natalie Mering se destaca como uma das vozes mais singulares da música americana recente, trabalhando sobre a matéria clássica da pop dos anos 1960 e 1970, mas oferecendo-a, incólume, ao presente. Com Titanic Rising, em 2019, início de uma trilogia que se debruça sobre as grandes questões existenciais do nosso tempo, em sentido literal ou figurado (a crise climática, a existência mediada por redes sociais, a ansiosa solidão do século XXI), Mering, que assina Weyes Blood, transformou-se numa das estrelas mais cintilantes da música independente (e além dela), algo que seria confirmado com o lançamento, o ano passado, do segundo tomo da trilogia, And in the Darkness, Hearts Aglow. Será esse o disco que virá apresentar a Portugal em Outubro, com datas marcadas para Lisboa (28 de Outubro, Lisboa ao Vivo, 21h30) e Porto (29 de Outubro, Hard Club, 21h30).

Com um passado feito na cena noise de meados dos anos 2000, integrando a formação de bandas como os Jackie-O Motherfucker, Natalie Mering reinventar-se-ia, enquanto Weyes Blood, assumindo as formas redondas da canção, grandiloquentes e servidas por uma voz magnífica, apropriando-se de linguagens clássicas – de Brian Wilson a Kate Bush, de Joni Mitchell a Lee Hazlewood & Nancy Sinatra – e usando-os como veículo para reflectir sobre o mundo contemporâneo.

Depois de Outside Room (2011) e de The Innocents (2014), Front Row Seat to Earth foi o primeiro momento em que tais características se revelaram de forma plenamente formada. Em Titanic Rising, o seu primeiro álbum para a Sub Pop, onde a sensação de apocalipse trazida pela crise climática convivia com um sentido crítico perante o culto da celebridade e a monocultura do estrelato de Hollywood, por exemplo, deparámo-nos com uma cantora e compositora de vastos recursos, habilíssima em conjugar o íntimo e o grandioso, habilíssima na exploração de contrastes, usando harmonias delicadas, luminosas, para dar voz a temas sombrios, a uma inquietante sensação de queda e desamparo.

And in the Darkness, Hears Aglow foi o passo seguinte. Explicou-o numa carta que publicou quando do anúncio do seu lançamento. “Titanic Rising foi o primeiro álbum de uma trilogia especial. Era uma reflexão sobre o que estava por vir, as sensações de destruição iminente. And in the Darkness, Hearts Aglow é sobre a entrada na fase seguinte, aquela em que todos nos encontramos hoje — estamos literalmente no meio dela. Tacteando no escuro em busca de significado num momento de instabilidade e de mudança irrevogável. Procurando as brasas onde o fogo costumava estar. Procurando libertar-nos dos algoritmos e de um destino de loops repetitivos”.

Com os dois últimos álbuns destacados em diversas listas de melhores álbuns do ano, convidada para colaborar em discos de Father John Misty (abriu o seu concerto em Portugal, em 2017), Lana del Rey ou do lendário John Cale, com as datas de Março da sua actual digressão norte-americana praticamente todas esgotadas, o que tem sido a norma recentemente, Weyes Blood regressa a Portugal (actuou no passado em várias salas, como o B. Leza, em Lisboa, o Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, ou o gnration, em Braga) como um nome actualmente incontornável.

Os bilhetes para os concertos serão postos à venda esta sexta-feira, 10 de Março, às 10h. Custam 28€ em pré-venda, 32€ no dia do concerto.

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