FCT abre concurso para 1450 bolsas de doutoramento

A Fundação para a Ciência e a Tecnologia mantém as 1450 bolsas de doutoramento a atribuir, mas sobe para 400 as vagas reservadas para empresas ou organizações fora do circuito académico.

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Há 1450 bolsas de doutoramento para atribuir a estudantes e investigadores Nuno Ferreira Santos

A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) já abriu o concurso de 2023 para atribuição de bolsas de doutoramento, que prevê um total de 1450 bolsas, das quais 400 são destinadas a entidades não académicas ou não científicas, como empresas.

O prazo para a apresentação de candidaturas, por parte dos candidatos a título individual, termina a 31 de Março. No concurso de 2022 foram concedidas 1451 bolsas de doutoramento, incluindo 103 em instituições não académicas (quando havia 150 vagas), menos 297 face às vagas atribuídas deste ano.

Uma das metas assumidas pelo Governo, na dependência do qual funciona a FCT, principal entidade que financia a investigação científica em Portugal, é que até 2027 metade das bolsas de doutoramento sejam atribuídas fora das universidades e laboratórios, nomeadamente em empresas.

Em Outubro, na apreciação parlamentar da proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2023, a ministra da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Elvira Fortunato, justificou a necessidade do reforço de bolsas de doutoramento em empresas com o facto de existirem apenas “8% de doutorados em ambiente não académico/científico”​.

Na altura, a ministra disse que o sistema científico “não pode investigar e formar em circuito fechado, deve aprofundar as suas relações com o ecossistema empresarial, deve estimular uma melhor integração de doutorados em contextos não académicos e favorecer a translação de conhecimento para a sociedade”.

O OE para 2023 prevê a concessão de 2885 novas bolsas de doutoramento, das quais 650 em empresas ou outras entidades não académicas, todas financiadas directamente pela FCT (através de concursos dirigidos individualmente aos candidatos ou a projectos científicos).

Em 2022 foi aberta uma linha específica para bolsas de investigação cujos planos de trabalho decorriam total ou parcialmente em entidades não académicas, inclusive em empresas, depois de em 2016 terem cessado os concursos para bolsas de doutoramento exclusivamente em empresas.

O concurso de 2023 volta a abranger planos de trabalho desenvolvidos em instituições não académicas, mas parcialmente.

As bolsas de doutoramento, atribuídas pela FCT em regime de exclusividade e com a duração máxima de quatro anos, conferem o grau académico de doutor a um investigador que execute o seu trabalho científico num laboratório, universidade, empresa ou outra entidade não científica ou não académica.

Comparado com 2022, o orçamento inicial da FCT em 2023 destina mais 293 mil euros para bolsas de doutoramento, cujas dotações totalizam mais de 134 milhões de euros, representando 20% do investimento da agência.

Actualmente, a FCT subsidia mais de 7200 bolsas de doutoramento em curso.