FC Porto perde com o Gil Vicente e fica mais longe do título
Duas expulsões e um penálti levam “dragões” ao tapete em noite que até começou bem para os da casa.
O Gil Vicente cantou de galo na noite do Dragão, vencendo por 1-2 e encostando às cordas um FC Porto que volta a ver a liderança da Liga a oito pontos. A derrota, a segunda em casa na Liga, e a primeira frente à equipa de Barcelos, começou nas expulsões de João Mário e Uribe e num penálti que colocou os visitantes em vantagem ao intervalo, depois de um arranque promissor dos “dragões”.
Taremi até marcou no primeiro lance da noite, aos 13 segundos, o que constituiria novo recorde caso o árbitro não tivesse invalidado o golo por posição irregular. Um momento que poderia ter marcado negativamente o avançado, que aos quatro minutos não deixou margem para dúvidas.
Taremi batia Andrew numa transição letal, sacudia a pressão do jejum intermitente de 2023 e encaminhava um “dragão” a precisar de repor a diferença de cinco pontos para o líder.
Com quatro baixas, os gilistas arriscavam uma noite de elevada turbulência no Dragão, que Pepê poderia ter acentuado num lance de baliza aberta. O nono minuto foi, contudo, de desatino para o brasileiro, que atirou, de forma inconcebível, por cima da barra.
Trave testada pouco depois por Namaso, a devolver o remate e a salvar o Gil Vicente do cadafalso. O FC Porto desbaratava ocasiões e o Gil Vicente agradecia, aproveitando para marcar presença mais assídua na área contrária.
Boselli obrigava Diogo Costa a uma intervenção providencial, a evitar o empate... que surgiria um par de minutos depois, pelo incontornável Fran Navarro. O espanhol emendava um cruzamento de Zé Carlos, concluindo um lance que mostrava a forma simples como os gilistas podiam explorar as fragilidades do corredor de Wendell e tocar na ferida aberta pelo Inter em Milão.
O FC Porto perdia por completo o controlo do jogo, acabando por viver momentos de verdadeiro drama com duas intervenções do videoárbitro. Primeiro para expulsar João Mário por travar com a mão um potencial lance de golo do Gil Vicente e, mesmo em cima do intervalo, a denunciar um penálti de Uribe, que Murillo não desperdiçou, apesar da intervenção de Diogo Costa.
O FC Porto recolhia às cabinas em choque, com Sérgio Conceição a tentar perceber como juntar os cacos para recolocar o campeão no encalço do rival Benfica. E a solução encontrada foi poupar Wendell a maiores constrangimentos, trocando Namaso por Gonçalo Borges, destacado para uma linha com Otávio e Taremi... ataque suportado por Eustáquio e Uribe.
Com o colombiano marcado pelo primeiro amarelo, o risco aumentava exponencialmente. E a lei de Murphy é infalível nestas ocasiões. Uribe deixava a equipa reduzida a nove a partir dos 52 minutos, condenando a equipa a um jogo de autêntico calvário.
O Gil Vicente tinha via aberta para carimbar a primeira vitória em casa do FC Porto, precisando apenas de não se deixar surpreender. Daniel Sousa apostou na expectativa e o “dragão” cresceu. Pepe injectou adrenalina e Eustáquio mostrou os riscos de libertar uma fera ferida. O golo do médio não contou, mas o FC Porto aproximava-se do primeiro objectivo: evitar a derrota.
Apesar de tudo, a inferioridade numérica e o desgaste acumulado deixaram o FC Porto demasiado longe do resultado pretendido, com os campeões nacionais a averbarem uma derrota comprometedora para as aspirações na Liga.