Taco a taco no Mex, uma cozinha mexicana “democrática” no Lx Factory

Tudo se passa em redor de um ringue de lucha libre, ao ritmo latino do DJ ou de música ao vivo. Na ementa do Mex Factory, há muito México, até com gosto internacional.

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O dono do Mex, Luís Roquette, no ringue de lucha libre dr
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Mex Factory dr
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Mex Factory, a esplanada para dias calorosos dr
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Mex Factory, a esplanada para dias calorosos dr
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Os tacos são o centro de tudo dr
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Os tacos são o centro de tudo dr

No centro do restaurante, ergue-se um grande ringue de luta livre ou lucha libre — ou não estivéssemos numa casa mexicana. No Lx Factory, em Lisboa, cabem sabores de todo o mundo e um dos residentes mais antigos é o Mex Factory. Há seis anos que o fundador Luís Roquette traz um cheirinho do México, de forma despretensiosa: “Sempre dissemos que é um mexicano democrático. Não queremos desvirtuar. Mas queremos criar uma coisa boa”. Agora, têm uma nova carta, mais autêntica, promete.

Luís Roquette tinha 24 anos quando se aventurou a abrir um restaurante com dois amigos, todos saídos da universidade. “Lembro-me de estarmos sentados com os pais de cada um, a fazer projecções de que resultado podia ter”, começa por recordar à Fugas. O sucesso foi imediato e o empresário acredita que a localização foi o segredo. “Olho para o início e o que fazíamos, em termos de oferta, não era nada de especial.”

Em 2017, “não havia tantos [restaurantes] mexicanos na cidade” e esse factor de novidade também foi vantajoso para o negócio dos jovens. O espaço ia de vento em popa quando a pandemia os atingiu — a eles e a toda a restauração — como uma rajada. Luís Roquette não baixou os braços e foi procurar investimento externo. Comprou as quotas dos sócios e, depois, vendeu uma parte ao grupo Sushi Café. “Só me encontro com eles para analisar números”, assegura, prometendo manter a independência.

Foi durante os anos da pandemia que encontrou também uma nova vertente do negócio: as entregas ao domicílio. Primeiro, só entregava a comida do Mex Factory, mas depressa descobriu a "galinha dos ovos de ouro" e começou também a fazer hambúrgueres. Nascia a Nasty Burger e outras marcas para delivery, todas entregues a partir de uma dark kitchen.

Mas voltemos ao Mex Factory, onde todos os dias são — literalmente — uma festa. Durante o fim-de-semana há música ao vivo e, todos os dias da semana, há um DJ residente. A música que toca é, naturalmente, com ritmo latino. Já a ementa inclui versões adaptadas ao gosto internacional, nomeadamente via EUA, de pratos tradicionais do México – caso dos Nachos com Carne (11€), uma iguaria mais comum na cultura norte-americana, mas que aqui são um campeão de vendas, conta o empresário.

Aliás, curiosamente, quando abriu o Mex Factory, Roquette “nunca tinha ido ao México”, onde só foi durante o período de inauguração do espaço. Nos últimos anos, esteve lá por diversas vezes para trazer inspiração e até já teve um chef mexicano a ensinar a equipa. “Vamos ser o mais honestos possível, isto é um negócio”, declara, justificando o porquê de ter pratos além do tradicional. “Por exemplo, só há burritos num dos estados do México e são um dos nossos best-sellers.”

A carta recentemente estreada traz sabores mais autênticos, como os Tacos de Birria (15€), que têm sido um sucesso nas redes sociais, por serem ensopados no molho do ensopado de aba e bochecha de novilho, antes de serem grelhados, explica Luís Roquette. Destacam-se, ainda, as Flautas de Chilli com Carne (15€), a primeira novidade sem glúten no menu.

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Tacos de Birria DR

Apesar de procurar nunca estagnar, o empresário acredita que a estabilidade é importante para o sucesso do negócio. “São precisos pelo menos três meses para consolidar um prato”, justifica. Estar sempre a mudar, assevera, não permite estabilizar os custos, nem as relações com os fornecedores, por exemplo.

Estabilizar a clientela também é importante e é, por esse motivo, que celebra o facto de serem sobretudo portugueses a vir ao Mex Factory. Claro que não faltam estrangeiros, mas “não se consegue distinguir se são turistas ou pessoas a viver cá”.

Para acompanhar a refeição, não faltam as clássicas margaritas ou mojitos, mas também alguns cocktails de autor, como o Perrón (9€), feito com tequila, mezcal e licor Ancho Reyes ou o Qué Chingón, com tequila, arando, licor 43, romã e lima. Para quem não bebe álcool, pode aventurar-se nos sumos naturais.

Além dos almoços e jantares, o Mex Factory tem um espaço para festas privadas, através de marcação. Para o futuro, Luís Roquette quer expandir os negócios, mantendo-se na onda mexicana e apostando numa dark kitchen.


A Fugas jantou a convite do Mex Factory.

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